A notícia do financiamento clandestino da campanha presidencial de Cavaco Silva pelo grupo Espírito Santo confirmou as suspeitas sobre o afã com que ele defendera a «solidez» do banco em causa quando, nos meios económicos, a bancarrota já se anunciava.
Olhando para tal exemplo, e tendo em conta que Marcelo Rebelo de Sousa também era frequentador assíduo desses convívios promíscuos entre os grandes grupos económicos e alguns atores políticos, pode-se perguntar inocentemente, que misteriosas razões o levam a defender os interesses privados na Saúde com tão persistente afã.
Será caso para perguntar o que encontraria o Ministério Público se se dedicasse a vasculhar quem eram os clientes do atual Presidente da República quando, além dos recebidos como professor na Faculdade de Direito e entertainer televisivo, aumentava os rendimentos por conta dos pareceres encomendados por quem dele pretendia ver fundamentados os seus interesses com parciais juízos de emérito constitucionalista. O que iriam encontrar os procuradores? Será que essa reiterada intenção em fazer-se provedor dos lucros dos grandes grupos privados encontraria elucidativa explicação?
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