Eu sei que a Madeira tem tido grande influência no estado de sanidade mental dos líderes do PSD que, contaminados pela presença de Alberto João Jardim, ora se apagam, ora lhe pretendem imitar o estilo. O resultado é sempre deplorável.
Desde que quis padronizar os conceitos de cultura no Porto em torno dos espetáculos de La Féria e das exposições de carros antigos, Rui Rio sempre me tem parecido um saloio, que detesta certas elites cultas por ser um assumido asno. Mas convenhamos que poderia ganhar alguma esperteza no convívio com gente mais letrada, tanto mais que esteve alguns anos apartado dos sítios onde predominavam sumidades do tipo Abreu Amorim, Duarte Marques ou Hugo Soares. Ficam agora justificadas dúvidas quanto à hipótese de a distância relativamente ao partido não lhe ter melhorado a qualidade dos convívios.
Exemplo disso foi o discurso no comício da Madeira em que furtando-se à figura de palhaço, não se contentou em apagar-se perante o ajardinamento geral e disse duas boutades, que nos levam a pensar se acabou por ensandecer de vez. Numa delas lamentou que o país não tivesse contado com mais uns três ou quatro Albertos Joões para que fosse muito diferente do que hoje é. É certo que suportámos mal Cavaco e Passos Coelho, mas três ou quatro figurões daquela estirpe só podemos imaginar num assustador filme de terror.
Noutro passo do discurso Rio proclamou outra pérola, ao fazer depender de uma ida ao Chão da Lagoa, quem pretender o cargo de primeiro-ministro de Portugal. Ora António Costa não só nunca lá foi como, provavelmente, é a prova viva em como condição sine qua non para se ser primeiro ministro competente, respeitado e maioritariamente apoiado pelos cidadãos é precisamente nunca ter comparecido a tal farra.
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