domingo, 22 de julho de 2018

Onde se justifica dizer mal do Novo banco e de um dito sindicato dos professores


1. A notícia de que o Novo Banco prepara-se para comprar um novo espaço na Rua da Artilharia 1 para aí mandar construir a nova sede não pode ser mais uma daquelas que passam pelos telejornais sem causar o sobressalto público, que justificam. Então o meu dinheiro, além de garantir aos compradores privados do antigo BES, os lucros por eles exigidos para concretizarem o negócio, ainda servirá para luxos complementares como os de lhes darem um desnecessário novo espaço para passearem a vaidade dos seus lugares-tenentes? A equipa designada para aquele banco por Carlos Costa com o assentimento do fundo abutre, de que ele se constituiu representante, está a gozar com a nossa cara e, sobretudo, com os nossos bolsos.  Quem lhe travará as sucessivas malfeitorias?
2. Já aqui me insurgi contra essa coisa dita sindical, que foi criada por um oportunista saído do Bloco de Esquerda, decidido a conseguir nessa súbita vocação a frustrada glória jamais conseguida na política. E, no entanto, eis as televisões a darem publicidade a esse Stop, que vem dando da classe dos professores a pior das imagens.
Não há profissão em que o brio dispense o sentido de responsabilidade para com um trabalho final devidamente bem feito. Que artesão olharia para o relógio ou para o calendário interrompendo para férias a conclusão da sua obra? Que burocrata ou cientista apagaria as luzes do escritório ou do laboratório antes de dar por concluído o relatório com que se comprometera?
Não é isso que pensa o arrivista desse dito sindicato, que acha ilegal a diretriz dada pelo ministério da Educação sobre o não deixar ir para férias quem não tiver concluído o processo das avaliações dos alunos. Para além de desrespeitar esses jovens relativamente aos quais deveriam ter a preocupação de servirem de exemplo e de estarem-se nas tintas para as famílias, que veem a sua vida virada do avesso pelas suas irresponsáveis reivindicações, esse dito sindicato dá mais uma machadada na imagem social de uma classe à qual a maioria dos jovens intenciona não pertencer.
No passado os professores davam-se ao respeito, munindo-se de valores e de comportamentos, que justificavam a admiração pelo que representavam - formadores das novas gerações. Agora vão sendo vistos como gente sem outras preocupações que não as exclusivamente suas, totalmente alheios às circunstâncias em que exigem histericamente o que o país não está em condições de lhes facultar. Porque coloca-se a questão de fundo mais importante: porque hão-de ver os seus rendimentos substancialmente aumentados, quando muitas outras classes profissionais ou os reformados ainda nem sequer recuperaram dos níveis anteriores à tenebrosa passagem do governo da troika pela governação?

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