domingo, 29 de julho de 2018

O mundo pula e avança


Vemos, ouvimos e lemos as notícias sobre a realidade internacional e espanta-nos o caráter «seletivo» do que anunciam, sonegando algumas informações relevantes quanto às mudanças em curso, capazes de virem a provocar inusitadas surpresas em quem só com aquelas se tem contentado.
Por exemplo os Estados Unidos não são apenas Trump. Pelo contrário! As eleições de novembro poderão inverter o equilíbrio de forças no Capitólio, dando aos Democratas a capacidade de bloquearem tão eficazmente as políticas ditadas da Casa Branca quanto os Republicanos conseguiram enquanto era Obama o inquilino. Mas o que mais pode excitar a nossa expetativa é pelo menos 1/6 dos eleitos democratas provirem das hostes de Bernie Sanders, sem rebuços em utilizarem a palavra socialismo como objetivo a alcançar com o trabalho político, demarcando-se convictamente daquele centralismo nem carne, nem peixe, que norteia o partido há várias décadas.
Há também a Inglaterra donde só emergem referências ao Brexit, sem nenhuma referir as sondagens que dão o Partido Trabalhista de Corbyn claramente à frente dos Conservadores nas próximas eleições. A imprensa portuguesa tem tanto medo numa eventual vitória do experiente líder socialista, que ignorou-o ostensivamente, quando ele esteve dias atrás entre nós.
E que dizer do crescente repúdio do apartheid israelita aprovado no Knesset em 19 de julho? Perdendo a solidariedade de todos quantos se comoveram com o martírio judeu durante a Segunda Guerra Mundial, o regime de Telavive tem por diante a degenerescência inevitável de quem arrisca o mais indigno para manter uma situação, que sabe condenada.
Por muito que os jornais e as televisões nos queiram convencer do contrário («as coisas continuarão a ser como são») a dinâmica de mudança acelera-se e não respeita os desejos dos que dos fazem tudo por a travar.

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