Agora que já não conseguem fazer pontaria à lei, que Marcelo tem para promulgar, dado que a sua vítima colateral (Ricardo Robles) os privou do alvo com que se banquetearam nos últimos dias, os especuladores imobiliários apostados no prolongamento da tripa-forra de que têm beneficiado optaram por outra estratégia soprando para os jornais do costume a tese sobre o provável veto presidencial. Recorde-se que o diploma parlamentar, aprovado pela esquerda, dá direitos a inquilinos, que a lei de Cristas havia negado, dificultando os despejos até agora verificados com uma intensidade revoltante.
Será Marcelo o escorpião da fábula, incapaz de negar a sua natureza, facilitando a vida ao negócio imoral, que a seguradora Fidelidade prepara e outros especuladores pretendem imitar na sua senda? Ou, pelo contrário, revelará um pingo de decência, que respeite a vontade maioritária da Assembleia da República e dê algum oxigénio às muitas famílias ameaçadas de se verem postas na rua por quem apenas tem como fito o mais obsceno lucro?
Cá estaremos para, nos próximos dias, voltar a denunciar Marcelo pelo que é, ou elogiá-lo por quanto aparenta não ser. Quanto a Robles é merecido o reconhecimento por, no momento adequado, ter deixado a falar sozinhos os que tanto costumam pregar contra a imoralidade alheia, quando os sabemos cúmplices, ou ativos cultores, de comportamentos bem mais pecaminosos.
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