Quando julgaríamos que a venalidade congénita de cavaco silva seria travada pela iminência da sua definitiva passagem para o anonimato, ele ainda decidiu apostar na forçada entrada na História pelos piores motivos. Ciente da impossibilidade de ser lembrado como um presidente capaz, ele aparece apostado em esgotar os últimos cartuchos na possibilidade de contornar o olvido através da sua marca de infâmia até ao fim. Se não pode ser lembrado por ser bom, que o seja por ser extremamente mau até porque, no fundo, mal ou bem, importar-lhe-á sobretudo que de si falem.
É o que resulta de se ter escolhido um recalcado filho de gasolineiro de província para comandar os nossos destinos durante tantos anos! A psicologia tem muito a revelar sobre um certo tipo de indivíduos, que vindos da pequena-burguesia da província nunca conseguem libertar-se dos seus complexos de inferioridade e os catalisam nas piores patifarias.
Ele sabe que o veto na legislação já aprovada pela esquerda parlamentar relativamente à adoção de crianças por casais do mesmo sexo ou quanto à Interrupção Voluntária de Gravidez será facilmente superado por uma nova votação parlamentar e pela assinatura prometida do seu sucessor. Mas existirá nele o comprazimento do velhaco que sabe estulta a sacanagem, mas com ela delira enquanto as vítimas dela se torcem de indignação.
Perdurará ainda muitos anos no imaginário coletivo português o nefasto legado do cavaquismo ou não tenha sido ele permitiu a Marcelo Rebelo de Sousa ganhar a quem possuía as qualidades superlativas para se tornar no Presidente de todos os portugueses. Apesar de Marcelo tudo ter feito - até no seu discurso de vitória! - para se distanciar da herança que cavaco lhe lega no cargo.
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