O que se pode escrever após uma tão superlativa experiência como a do almoço-comício de Lisboa, que juntou no Pavilhão do Casal Vistoso mais de mil e seiscentas pessoas?
Os discursos de Teresa Salgueiro, Adalberto Campos Fernandes e Jorge Sampaio foram excelentes, mas o de António Sampaio da Nóvoa excedeu todos quantos lhos ouvimos nesta campanha. Porque diz tudo quanto rejeitamos e quanto pretendemos para o futuro, que está sempre por reaferir! Fazendo suas palavras as que coletivamente sentimos como nossas, mesmo que as não saibamos exprimir tão perfeitamente buriladas.
E, ao contrário do que sucede com as outras candidaturas, quase todas elas a prometerem mais do mesmo, a de Sampaio da Nóvoa abre expetativas para um devir à medida dos nossos desejos, ainda que realista quanto baste para os saber exequíveis só por caminhos difíceis e muito trabalhosos. Mas para os quais, com coragem e determinação, nos promete encaminhar de mãos dadas com um governo igualmente apostado em os percorrer.
Que depois venham alguns néscios - como foi o caso de Henrique Monteiro na SIC! - dizer que não existem ali ideias, ou que a única se restringe à das críticas a Marcelo, só permite concluir como estão voluntariamente cegos e surdos os que mais valeria deixarem-se ficar mudos perante a evidência da dimensão desta candidatura.
No Pavilhão do Casal Vistoso - que só não acolheu mais apoiantes por não haver espaço para tal! - estiveram presentes os representantes do que o país tem de melhor qualidade na Política, na Cultura, na Ciência, no Desporto, nas Forças Armadas e no empenhamento ativo pela Cidadania. E todos se quiseram associar ao tempo novo, que execra o regresso ao mais negro passado representado pelos últimos quatro anos com a direita no poder. Pretenderam dar asas a uma nova realidade em que as esquerdas diluíram as diferenças por saberem as vantagens colhidas pela grande maioria dos cidadãos ao convergirem no essencial, mesmo divergindo no acessório.
Foi por isso possível, aqui e acolá, reencontrar a magia dos momentos únicos, com o pressentimento de estarmos perante uma experiência daquelas que, daqui a muitos anos, ainda nos levarão a concluir: «Naquele dia estivemos lá a agitar as bandeiras e a gritar a nossa esperança neste tempo renascido!».
Questionarão os mais circunspetos: «então e as sondagens?» Daqui a seis dias veremos o que elas valem, mas o convencimento de quem tem estado nas mais recentes ações de campanha aponta para algo muito diferente do que as televisões se têm esforçado por dar como já adquirido.
Como se conclui um dos mais belos poemas do século XX português, no próximo dia 24 uma expressiva percentagem de eleitores fará suas as palavras de Manuel da Fonseca: “Domingo que vem,/ eu vou fazer as coisas mais belas/ que um homem pode fazer na vida!”
E faz parte dessas coisas belas tratarmos de sermos protagonistas do nosso próprio futuro votando em António Sampaio da Nóvoa!
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