As mais recentes eleições legislativas demonstraram-nos que as sondagens, mais do que indicativas de um certo comportamento do eleitorado, podem influenciá-lo de uma forma assaz tendenciosa, a ponto de nos questionarmos se elas espelham a efetiva influência política na população ou se esta se vai moldando progressivamente ao que tais estudos de opinião “revelam”.
É por isso que a sondagem, hoje publicada no «Expresso», não deixa de ser, uma vez mais, objeto do meu ceticismo. É verdade que, segundo os indicadores da Eurosondagem o PS é o partido mais votado e a distanciar-se progressivamente do PSD, que já figura à distância de 1,2%. Também não merece dúvidas que António Costa é o líder com nota mais positiva, embora com Catarina Martins a aproximar-se. E que, indubitavelmente, Cavaco tem tão má aceitação, que acaba o mandato com a “medalha” de nunca um Presidente da República ter sido tão desprezado.
E, no entanto, é crível que todo o episódio em torno do Banif ou da privatização da TAP não tenha despertado alguns iludidos para o dolo causado pelo governo anterior às finanças públicas? Será que as expetativas de um aliviar do cinto da austeridade não começou já a esclarecer uns quantos iludidos com as mistificações pàfistas quanto à clara melhoria da sua qualidade de vida com o novo ciclo agora aberto com a tomada de posse do XXI Governo Constitucional?
O meu ceticismo não significa a rejeição absoluta dos resultados dessa sondagem, mas pergunto-me se ela não anda a reboque de uma realidade, que está a acelerar e está a deixá-la muito para trás na sua representação estatística?
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