Não há nada que pareça facilitar o quotidiano do povo grego. As imagens provenientes das ilhas de Kos e de Lesbos são terríveis ao significarem um afluxo descontrolado de emigrantes sírios e afegãos, que não encontram as condições mínimas a que, humanamente, deveriam aspirar. Porque, embora dando provas de grande generosidade, os habitantes locais nada têm para lhes oferecer e as instituições europeias, ou a ONU, não garantem o apoio de emergência, que deveriam fornecer.
Mas não é só o dramatismo do desespero desses refugiados, que está em questão. Porque eles vêm da Turquia de Erdogan e ninguém parece questionar a complacência, senão mesmo as facilidades dadas pelos autoridades locais, para esse ininterrupto fluxo de embarcações com destino ao espaço Schengen.
Nas últimas semanas os países ocidentais até têm tomado decisões, que seriam incompreensíveis, se não correspondessem aos padrões habituais em relação ao ditador de Ancara.
Quando os curdos pareciam ser os únicos capazes de derrotar os assassinos do Daesh, ei-los agora sujeitos aos bombardeamentos turcos, já que a Nato aprovou o pedido de Erdogan para ser aceite na coligação militar destinada a combate-los.
Oportunista ele logo aproveitou esse apoio internacional para combater os seus verdadeiros inimigos - aqueles que, semanas atrás, lhe infligiram humilhante derrota eleitoral -, esquecendo-se dos jiadistas a quem, aliás, sempre facultou ajuda nos últimos anos.
A exemplo do que acontece com as políticas financeiras, que se estão a revelar desastrosas, as instituições europeias não deixam de dar tiros nos pés também no campo militar…
Vivemos, infelizmente, numa Europa liderada por gente no diminutivo!
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