Eu queria manifestamente não falar de presidenciais - tanto mais que cedo tomei a decisão de apoiar Sampaio da Nóvoa e concentrar-me militantemente nas legislativas -, mas os acontecimentos destes últimos dias continuam a suscitar um ruído, que prejudica seriamente a tarefa dos socialistas em alcançarem a maioria absoluta.
Em síntese:
1. temos Maria de Belém empurrada para as presidenciais pelos seguristas para afrontarem António Costa e sabotarem as possibilidades de vitória nas legislativas.
2. olhando para a biografia da anunciada candidata nada nela revela qualidades, que justifiquem minimamente as pretensões de que a vemos agora tomada. Pelo contrário, além de um historial de prejudicar o PS quando esteve em Macau, e de encarnar um óbvio conflito de interesses entre cargos políticos e empresariais (no grupo Espírito Santo) nada faz pensar que se possa vir a tornar no Presidente da República, que os portugueses carecem;
3. Vemos Manuel Alegre, que já por duas vezes “conseguiu” a eleição de cavaco silva, a caucionar uma candidatura, que é nitidamente acarinhada pela direita, agora convencida da possibilidade de minimizar, com quem quer eleger para o Palácio de Belém, o condicionamento das políticas do futuro governo;
Perante um anúncio de candidatura que, até no momento escolhido para tal, constituiu uma desconsideração para com António Costa, os socialistas só têm uma alternativa: esforçarem-se por conseguir a maioria absoluta que, na noite das eleições, dê ao próximo primeiro-ministro o ensejo de anunciar o apoio ao candidato ganhador que a esquerda merece...
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