O governo de passos coelho até pode alegar ter sido o último dos países da CPLP a aceitar a adesão da Guiné Equatorial à organização, opondo-se às pretensões de Angola e do Brasil para que ela se concretizasse mais cedo Mas, há um ano, e numa cena patética que passou pela humilhação pública de cavaco silva, a cimeira de Díli aprovou essa integração.
Nessa altura passaram-se a falar de negócios mais ou menos clandestinos, que gente próxima do governo andava a fazer em Malabo. Bancos, clubes de futebol e jornais mostravam um particular interesse em recolher algumas sobras das receitas petrolíferas, que andam a encher os cofres da família Obiang em paraísos fiscais.
Um ano depois nada do que a ditadura prometeu no sentido do aligeirar da opressão do seu povo foi cumprido. E até dissolveu o poder judicial em maio transato.
O tema está no editorial do «Público» deste domingo donde se transcreve a conclusão: “segundo relatos de várias ONG, os direitos humanos e a liberdade de imprensa continuam a não ser respeitados na Guiné Equatorial, a prometida legalização dos partidos não aconteceu, os exilados não regressaram a casa e continuam os maus tratos às minorias étnicas. A transformação da moratória sobre a pena de morte em legislação definitiva não aconteceu.”
Eis, pois, mais um problema que passos coelho entrega ao próximo governo, incumbido de dar solução a uma delicada questão diplomática. Que nunca se deveria ter colocado, já que o veto português sempre foi considerado como a decisão mais acertada para evitar a vergonha de ter na CPLP uma tão hedionda personagem...
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