A entrevista com António Correia de Campos inserida no «Público» deste domingo merece ser lida com atenção, mas fica aqui - para quem a não leu! - uma breve síntese.
Sobre paulo macedo vale a pena esclarecer a razão do brilharete por ele conseguido na redução dos custos dos medicamentos: teve a sorte de beneficiar da perda da patente pelas farmacêuticas, que vendiam os fármacos mais procurados no mercado. Mas a sua intervenção sempre foi orientada para o benefício da medicina privada em detrimento da do serviço público com aquela a expandir-se por todo o lado. Por exemplo o Hospital de Viseu estará em risco de perder muitos dos seus médicos em favor da nova unidade hospitalar privada aí instalada.
Mas será verdadeira a tese de serem melhores os cuidados médicos nas unidades privadas do que nas públicas? Trata-se de um mito, que importa superar, porque as primeiras ficam com o filet mignon e despacham para o serviço público todos os casos, que impliquem mais prejuízo do que lucro.
Outra realidade a alterar é a do consumo exagerado de medicamentos em Portugal, ainda fruto da “cultura” segundo a qual um bom médico é o que prescreve muitos remédios. Quando o contrário será, muito provavelmente, a opção mais asizada.
Teremos assim um novo governo, que enfrentará uma pesada herança do atual - que acumulou um passivo entre 1,5 e 1,6 mil milhões de euros no setor da saúde - e que fez contas para exequibilizar a abertura de cem novas Unidades de Saúde Familiar nos próximos quatro anos, que abrangerão a atribuição de médicos de família a mais 530 mil pessoas.
Um compromisso, que se distingue totalmente da degradação contínua do Serviço Nacional de Saúde testemunhada nestes quatro anos pelos portugueses, que não quererão vê-lo ainda mais posto em causa...
Sem comentários:
Enviar um comentário