O dia foi marcado pela clarificação de António Costa relativamente aos 207 mil empregos a criar em quatro anos de acordo com o exercício macroeconómico, continuamente aferido pelos economistas que o assessoram.
A coligação da direita e a imprensa , que pouco veladamente a apoia, logo quis ver contradição onde ela nunca existiu. Sem se preocupar em dizer o que quer fazer (o que só lhe custaria votos fartos!), a campanha da direita denuncia-se como limitando-se a aviltar as propostas socialistas.
Desde a apresentação do cenário preparado pela equipa liderada por Mário Centeno, que a direita se tem visto em palpos de aranha para contestar uma metodologia de trabalho digna dos maiores encómios e tecnicamente irrepreensível, como o têm reconhecido os comentadores mais imparciais.
Todos estamos lembrados das quase trinta perguntas endereçadas por marco antónio costa ao largo do Rato, a pedir esclarecimentos e, recebidos estes, logo se fechou num silêncio comprometido.
O problema da estratégia do PS é o de que, sendo o único partido a sustentar o seu programa em cálculos rigorosos, também se torna no único a ser escrutinado a todo o momento por quem o pretenda denegrir.
Ouvem-se poucas críticas, e muito veladas, ao facto de não existir semelhante exercício por parte do PSD e do CDS. E, a acreditarmos nas palavras de paulo portas, a coligação entende como bons os números enviados para Bruxelas, que a Comissão Europeia já contestou quanto à sua credibilidade e onde estão, preto no branco, os 600 milhões de euros, que planeia extorquir aos reformados.
Uma vez mais, foi eloquente a tentativa de ana lourenço em conseguir que, na SIC Notícias, Pedro Santos Guerreiro e Pedro Adão e Silva a acompanhassem na forma jocosa como pretendeu menorizar as declarações de António Costa. Mas foi merecidamente posta no seu lugar pelas palavras sensatas de ambos os comentadores!
Serão paulo portas e ana lourenço insuficientemente dotados de inteligência para compreenderem o que é um cenário macroeconómico? Serão lerdos o bastante para não compreenderem que esse cenário é sempre reaferível, dia após dia, porquanto depende de variáveis igualmente em permanente mutação (o preço do barril do petróleo ou os juros das dívidas soberanas, por exemplo)?
É claro que não são estúpidos, mas querem-se fazer passar por isso. Ou, pior, querem passar atestados de idiotas a quem lhes ouve os argumentos.
António Costa lá teve, pois, de vir clarificar o óbvio: que o PS se compromete com políticas que, se bem aplicadas, darão os resultados previstos no estudo em que se baseiam. E que são opostas nos objetivos e na credibilidade ao chorrilho de vacuidades em que assenta o programa de passos coelho e de paulo portas!
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