Ainda antes de ser varrido para onde não possa causar mais danos ao ensino público, nuno crato garantiu um financiamento adicional a colégios privados, que viram aprovados subsídios para 651 novas turmas nos próximos três anos, aumentando ainda mais o contingente de 50 mil alunos já abrangidos por essa indecorosa estratégia de esbulho do Orçamento de Estado.
Oitenta colégios que, em muitos casos, fazem concorrência direta a escolas públicas, - votadas à degradação para que as famílias nelas evitem a matrícula dos filhos -, irão receber dinheiros dos contribuintes e encher os bolsos dos seus proprietários.
Não admira que eles sejam esforçados defensores dos partidos da coligação, cientes de poderem ver em risco o seu negócio.
Acabar com a indecência de um pequeno número de proprietários de colégios privados viverem da contínua sabotagem do preceito constitucional de um ensino público de qualidade e de abrangência universal, constitui um imperativo do próximo governo.
A vitória do Partido Socialista nas próximas eleições deverá significar uma inflexão decisiva na tendência para que os cidadãos sofram pesada carga fiscal, para que o Estado transfira quantias injustificáveis para interesses privados, seja no ensino, na saúde ou na segurança social.
É neles que a direita aposta para ganhar influência política e social: sabe que um Estado forte dificulta as suas estratégias neoliberais.
É o fortalecimento desse mesmo Estado, que deverá ser retomado para que se trave a expressão selvagem de um capitalismo cada vez mais apostado na preservação da riqueza de uma minoria e o empobrecimento acelerado de todos os demais.
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