Um dos livros aconselhados nos últimos meses por Pedro Vieira e Catarina Homem Marques do «Ah Literatura! no Canal Q foi este «Os Dias de Davanzati» de Hector Abad Faciolince, autor colombiano bastante interessante, mesmo se completamente distanciado do realismo mágico do seu compatriota Gabriel Garcia Marquez.
Neste muito interessante romance, temos um narrador a resgatar do lixo as páginas para ali expulsas pelo seu vizinho literato, um escritor falhado, ciente da sua escassa qualidade literária, muito embora incapaz de a poder interromper.
Existem assim duas histórias em paralelo: a que Davandazi escreve e vai deitando fora e a da busca incessante, quase obsessiva desse narrador apostado em impedir tais folhas de serem definitivamente perdidas num qualquer aterro.
Muito embora a crítica tenha preferido o anterior romance lançado entre nós - Somos o Esquecimento que Seremos, merecedor de um autêntico culto de quem contactara com o escritor nas Correntes de Escrita - também reconheceu o valor a esta obra cujo problema maior terá sido a de não cuidar tanto quanto se gostaria do narrador, sobre afinal pouco se fica a saber para além do seu motivo de interesse.
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