sábado, 18 de agosto de 2012

Filme: «A VIDA EM TEMPO DE GUERRA» de Todd Solondz (2009)



Sempre tenho dito que a grande bitola para apreciar um livro, um disco, um filme ou uma peça de teatro, decorre da capacidade de me surpreenderem, impressionarem, fascinarem.
Saí de «A Vida em Tempo de Guerra» completamente desconcertado, porque os personagens do filme são tão infelizes e incompetentes na forma como gerem as suas emoções, que nenhum deles consegue aproximar-se minimamente de um arremedo de felicidade.
E, no entanto, o filme comporta a visão original de uma América sem nenhuma ligação com os padrões idealizados com que no-la tentam vender enquanto modelo a replicar.
Incapazes de controlarem as suas pulsões e de estabelecerem plataformas de cumplicidade com quem está à volta, os personagens de «A Vida em Tempo de Guerra» espelham na perfeição o ditado de «cada um por si e Deus contra todos.»
Por isso mesmo não é um filme fácil. Para a maioria até se adivinha prontamente a reação adversa: é que se estabeleceu a regra de fazer da ida ao cinema uma oportunidade para diversão, quando o que Solondz aqui propõe é um questionamento muito sério sobre uma sociedade aonde se deviam multiplicar as oportunidades para alcançar a felicidade e, afinal, esse objetivo torna-se cada vez mais inacessível...

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