sábado, 27 de junho de 2015

A tenebrosa manobra dos movimentos pró-"vida"

Na mesma semana em que a TVI nos deu um exemplo eloquente do que é ser cristão no melhor sentido - o doutor que fez de sua casa o abrigo de gente sem abrigo, seja por estar desestruturada, seja por ter saído da prisão, e nunca lhes olhou para os “pecados” como condição para os ajudar - tivemos o exemplo do que é essa condição de crente no pior sentido: no que quer impor aos outros os preconceitos, que em si escolheu voluntariamente abrigar.
A proposta de achincalhamento das mulheres decididas a abortar, que vai a votação a 3 de julho, é o que os fanáticos dos chamados movimentos pró-vida sabem ser, por ora, possível viabilizar: inclui o pagamento de taxas moderadoras, a obrigatoriedade de uma consulta de pressão psicológica e a imposição da assinatura da mulher na ecografia ao feto de que se pretende livrar. Medidas, que até a insuspeita teresa leal coelho reconhece tratar-se de uma “pena acessória”, como se praticassem um crime.
As tenebrosas isildas pegados têm muita vontade em que nasçam crianças não desejadas, mas são-lhes indiferentes os sofrimentos por que elas passarão quando futuramente enfrentarem desafios demasiado exigentes para as capacidades afetivas e/ou económicas das famílias onde nascerão enjeitadas.
Gente horrível, essa, que quer obrigar mulheres desesperadas a acrescentarem humilhações às preocupações que já as terão levado a procurar quem as ajude a aliviar o seu difícil fardo...

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