Anda-se a reprimir mais, e de forma cada vez mais iníqua: é o que se tem depreendido de notícias sobre recordes de penas de morte decididas globalmente e em comparação com os anos anteriores. Na China, no Irão, no Paquistão, para não falar do que se passa com as execuções sumárias nos territórios ainda dominados pelo Daesh, matar é visto como legítimo para quem se arroga dos poderes divinos de eliminar quem praticou crimes, mas sobretudo contra quem pensa diferentemente ou tem crenças distintas.
No entanto, vale a pena recordar Mahatma Gandhi, quando considerava a pena de morte como “símbolo de terror e, nesta medida, uma confissão da debilidade do Estado.”
E, mesmo quando não é a pena de morte imediata, que está em causa as que, por exemplo em Angola, acabam de entregar os dezassete ativistas anti-MPLA a condições prisionais, que se assemelham à sua lenta destruição física, essa fragilidade dos opressores vê-se corroborada no agora conhecido pedido de ajuda ao FMI. Os plutocratas de Luanda andaram tão entusiasmados em dividir entre si os proventos do petróleo, enquanto o seu preço estava alto, que se “esqueceram” de diversificar a economia angolana e torna-la menos dependente desse recurso natural.
O empréstimo agora solicitado é a boia a que a classe dirigente de Luanda se quer agarrar numa altura em que a sociedade civil tenderá a multiplicar protestos decorrentes do ainda maior empobrecimento, que lhe está prometido. Esta novidade prenuncia uma próxima reviravolta em que dificilmente as prisões do regime conseguirão manter por muito tempo agrilhoados os que contra ele revelaram coragem e a determinação para tudo mudar. Que é o que mais desejam os angolanos.
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