Todos os dias temos a oportunidade para aprender algo que previamente não conhecíamos.
Pessoalmente, e de ontem para hoje, pude ler muitos textos sobre Prince, cuja música sempre me foi perfeitamente indiferente mas, como todos os epifenómenos, que se sobrepõem ao seu real significado e ganham relevância no imaginário coletivo.
O fenómeno rock só teve importância até ao início dos anos 80, quando outros sons se sobrepuseram no meu gosto pessoal. A música erudita, o jazz e a worldmusic passaram a recolher a minha preferência, muito embora permaneça atento a potenciais transformações sociais oriundas dos movimentos que vão aparecendo. Por exemplo, não tendo nenhum prazer em ouvir hiphop tenho de reconhecer que passa por aí muita da vontade de mudança inerente à antiga música de intervenção.
Quanto a Prince em si, do que li não me faz pensar que fique duradouramente nas memórias. É que constituiu um tal efeito de moda nos anos 80, que pode subsistir enquanto viveu, mas rapidamente será substituído por quem vai fazendo as novas capas da Rolling Stone”.
Daí julgue exagerada a importância dada pelo «Público» para dele fazer tema de capa na edição de hoje.
Mas, no mesmo jornal, um interessante artigo da Ana Gerschenfeld sobre a possibilidade de ter-se começado a compilar o que viria a ser depois a Bíblia há dois mil e seiscentos anos, elucidou-me sobre a origem da palavra “ostracismo”: os óstracos eram peças de cerâmica então utilizadas para escrever nos territórios situados onde hoje fica Israel e a Palestina, e bem mais baratos do que o papiro ou o couro.
“Diga-se de passagem que a origem da palavra “ostracismo” — punição aplicada no sistema político da antiga Atenas e que, por votação, forçava ao exílio os dirigentes considerados uma ameaça para a democracia — se deve ao facto de terem sido usados óstracos para votar…”
Outro débito à minha ignorância foi a personalidade de Harriet Tubman, a antiga escrava negra, que passará a figurar na note de 20 dólares.
A coragem de ter fugido da plantação onde tanto sofrera, e sobretudo a de ali regressar amiudadas vezes para servir de guia a centenas de outros fugitivos, é bem merecedora da homenagem agora promovida pelo governo federal norte-americano.
É que a sua coerência foi a de toda a sua vida, porque, mais tarde, ainda serviu de espia aos unionistas na Guerra da Secessão e bateu-se pelo direito pelo voto das mulheres. Por isso proclamava que “até ao meu último fôlego, combaterei pela liberdade.
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