A nova dor de cabeça da direita é o conteúdo do Plano Nacional de Reformas que apresenta 143 medidas divididas por sete áreas: a valorização do território, a coesão e igualdade, a qualificação dos portugueses, a modernização do Estado, a capitalização das empresas, a inovação da economia e a sustentabilidade das finanças públicas.
Tudo valorizado, planeado e com objetivos bem concretos a alcançar para melhorar a qualidade da vida dos cidadãos. E resolver sérios problemas da relação do Estado com as empresas e os particulares, porquanto inclui o Simplex e o pagamento de mais de metade da dívida dos hospitais públicos.
Compreende-se bem o incómodo das bancadas parlamentares da direita perante tal documento: é que ele traduz uma seriedade e um rigor, que nunca existiram nos quatro anos de governação de Passos Coelho, quando tudo era amadoristicamente feito por impulso e, invariavelmente, com resultados muito aquém dos prometidos.
Secundarizado na sua importância, porque tão-só subsidiário do anterior, o Plano de Estabilidade leva em conta uma conjuntura económica que se prevê mais desfavorável, exigindo um esforço de consolidação orçamental ainda maior. O défice público para o próximo ano será de 1,4%, e o crescimento de 1,8%.
E, embora o CDS faça do mítico plano B o seu tema de eleição, o Governo não tem qualquer intenção de apresentar medidas de consolidação adicional a Bruxelas, enquanto não se comprovar que elas são mesmo necessárias. É que os números da execução orçamental, que serão divulgados muito em breve descartam a sua necessidade.
Por todas estas razões a direita só pode temer pelo futuro próximo: é que os socialistas estão a dar provas de tal eficácia na governação e de capacidade de convergência com o Bloco de Esquerda, o PCP e os Verdes, que vai-se consolidando a ideia de contarmos com estabilidade política nos próximos três anos e meio.
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