Quando hoje voltar a casa após mais um dia a agravar a vida de muitos portugueses, passos coelho deverá sentir-se um pouco mais só.
Tal sentimento já o deve acompanhar há muito tempo. Quiçá desde a saída do governo de vítor gaspar, quando este reconheceu o falhanço das políticas implementadas.
Mas aquilo que estava ao alcance do seu guru - fugir ao problema, que não resolvera, antes piorara! - não era possível ao ainda primeiro-ministro. Porque se gaspar podia mudar-se para uma prateleira dourada no Banco de Portugal enquanto os amigos o não chamassem para o FMI, que iria passos fazer a seguir? Regressar para uma qualquer Tecnoforma ou confortar-se nos braços cefalópagos do amigo miguel relvas?
A sua teimosia em negar a realidade dos indicadores económicos e porfiar na receita da austeridade lembra o célebre rufião do filme dos Monty Pithon, «The Holy Graal», que desafiava os inimigos com um discurso poltrão, muito embora fosse perdendo sucessivamente as pernas e os braços no embate com eles.
Quando se consumar a derrota, passos coelho imitará António José Seguro na queda para a irrelevância de um percurso profissional quase anónimo. Porque, sabemo-lo bem, quanto podem ser cruéis os seguidores de um líder derrotado, quando este os empurra para o abismo! O exemplo de fernando nogueira, que encabeçou o PSD nas eleições subsequentes à saída de cavaco silva, elucida bem como ficam definitivamente ostracizados os que fazem os militantes recordar as suas derrotas mais gravosas.
As decisões agora anunciadas por Mario Draghi, e a serem cumpridas pelo Banco Central Europeu nos próximos meses, esbarram em todas as pretéritas afirmações de passos coelho: que o BCE nunca teria permissão para comprar dívida dos países da zona euro; que, acaso isso fosse possível, só beneficiaria os países sem défice excessivo; e em todas as oportunidades para manifestar a sua opinião, o governo português sempre se oporia a ta l possibilidade.
Hoje sabe-se que até à chantagem da senhora merkel contra os eleitores gregos, Draghi respondeu com a inclusão da pátria da Democracia entre os beneficiários destas novas medidas.
Foi por isso brilhante a intervenção de João Galamba quando, hoje, no parlamento, cuidou de confrontar a bancada do PSD com a sua insanável contradição: congratular-se com as boas notícias provenientes de Frankfurt ou fazer mea culpa de todas as aleivosias do seu líder?
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