Da Grécia já tínhamos herdado o conceito de Democracia. Esperemos que, hoje, também recolhamos o exemplo de contestação ao que têm sido quatro anos terríveis de austeridade e de contínuos ataques ao Estado Social. E que Alexis Tsipras sirva de modelo para os nossos esquerdistas, que mais facilmente costumam fazer dos socialistas os seus inimigos de estimação, do que essa direita dos valores e dos interesses, que lhes deveria merecer primazia nos seus combates.
Depois de se ter acabado de conhecer a estratégia do BCE para abanar o marasmo em que as economias da zona euro caíram, a inevitável discussão em torno do excessivo peso das dívidas soberanas nalguns dos países do Sul promete trazer novos engulhos a passos coelho, a ângela merkel e aos que teimam em impor receitas há muito demonstradas como totalmente erradas para os objetivos inicialmente definidos.
Muito embora continue a querer-se valer de indicadores económicos e financeiros, que mais rapidamente o desmentem, do que lhe confirmam as falaciosas teses, passos coelho só tem motivos para se sentir preocupado com o curso dos acontecimentos.
Houve quem lhe acenasse com a boia de salvação representada pelo embaratecimento do barril de petróleo nos mercados internacionais, que permitiria conter a carestia de vida à conta dos preços baixos nos combustíveis. Mas os vendedores de ilusões, que lhe terão prometido meses de abastança, esqueceram-se do peso da economia de Angola nas nossas exportações e nas receitas de exploração de muitas empresas lusas, que ali encontraram alternativas para a falta de mercado no território nacional.
Com o ´barril na casa dos 50 a 60 dólares, será crível que não seja apenas a Avenida da Liberdade a ficar minguada de clientes de carteiras recheadas: já não falta quem preveja um novo ciclo de retorno de portugueses de África com tudo quanto isso possa suscitar no complicado mercado do trabalho.
Os problemas para a coligação de direita, que se confirma andar a ser renegociada por passos e portas para se apresentar unida às legislativas, não se ficam por aí: se nada conseguirá resgatar crato ou paula teixeira da cruz do fosso onde se conseguiram atolar com o caos respetivamente instalado nas escolas e nos tribunais, até os ministros com melhor imprensa - como era o caso de paulo macedo!- começam a colher ventos onde semearam tempestades após os cortes absurdos na saúde. As mortes nas urgências mereceram de António Costa um diagnóstico que poucos se atreverão a contestar: “Estamos a pagar o preço de uma estratégia de consolidação verdadeiramente desastrosa”.
Mas não é só a reputação dos ministros, que a direita vê posta em causa: um dos seus mais influentes “astros”, o advogado arnaut demonstrou aos seus novos empregadores só pecar por defeito a alcunha por que era conhecido na escola. É que o “asnô” fez perder à Goldman Sachs 835 milhões de dólares com o empréstimo aconselhado ao BES.
Conseguir que uma instituição bancária - que costuma ganhar fortunas, simultaneamente junto dos vendedores a quem ajuda a colocar ações, e junto dos compradores que as adquirem, - embarcasse em tal negócio só condena o aprendiz de feiticeiro a nunca mais largar a vassoura...
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