Concluído o processo das Primárias do Partido Socialista iniciou-se o da união das duas tendências desavindas, com António Costa pronto a dar a mão aos derrotados, reconhecendo-lhes a correspondente representatividade, e Álvaro Beleza a servir-lhe de interlocutor para concluir a negociação de um acordo de definitiva pacificação interna.
O objetivo foi claro: chegar ao Congresso com uma lista única, capaz de espelhar a nova fase da vida do Partido, para já como oposição, mas proximamente como governo saído das próximas legislativas.
Se pensávamos que o bom senso iria imperar nas cabeças dos que tinham apoiado António José Seguro, as notícias de ontem e de anteontem demonstram que tal se revelou uma conclusão precipitada. De facto, um núcleo dito “radical”, que integra, entre outros, António Galamba, Eurico Dias, José Luís Carneiro, António Gameiro, Manuel Machado ou João Proença, anda a retirar o tapete a Beleza e a pretender dificultar a liderança do próximo secretário-geral.
Com a cega emoção dos derrotados esse pequeno núcleo de irredutíveis seguristas não só não consegue compreender o mal causado aos socialistas em particular, e sobretudo aos portugueses em geral, com o tipo de estratégia, que possibilitaram a passos coelho passear-se impune por cima das políticas antipatrióticas, que implementou - com os pífios resultados que se comprovaram nas eleições autárquicas e europeias e com maior evidência nas Primárias - como se arvoram agora da legitimidade de sabotarem os objetivos da nova Direção para conseguir a vitória estrondosa, que o país reclama. Nas redes sociais causa comiseração a leitura de algumas declarações de intenções por parte de alguns seguristas, que afiançam não votar no Partido nas próximas legislativas!
Desconheço que tipo de resposta lhes dará António Costa se o desafiarem no Congresso com uma candidatura alternativa. Por feitio poderá ser tentado a manter o ramo de paz, que lhes estendeu na noite de 28 de setembro. Mesmo evidenciando-se nalguns apoiantes da anterior Direção quem prefira o Partido diminuído nas próximas eleições e por isso mesmo anseiem por balbúrdias decerto aproveitadas ao máximo pela imprensa desafeta ao PS! Em suma tudo quanto impeça uma vitória de dimensão histórica para António Costa!
Por isso mesmo talvez não fosse má ideia deixá-los por sua conta até ao Congresso, para aí testarem o apoio, que ainda possam merecer junto dos militantes. Como em tudo na vida, para as batalhas em que nos empenhamos só devemos contar com as que as querem enfrentar com entusiasmo e vontade de vencer. Para os que ainda lambem as feridas de derrotas passadas, o melhor é dar-lhes betadine com fartura e esperar pela cura das cicatrizes para ver se alguma vez terão algum tipo de regeneração...
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