Na época dos nossos iluministas, houve quem designasse Portugal como reino cadaveroso, tão dissociado o via esse Ribeiro Sanches dos países menos arcaicos de então.
Se já não vivemos felizmente em Monarquia, cadaveroso pode porém associar-se a este passismo-portismo onde até as notícias mais chocantes vão cheirando a requentado de tal forma confirmam o que já se sabia ou o que se adivinhava poder vir a acontecer.
Detenhamo-nos então nas grandes novidades deste 13 de novembro de 2014. Confirmámos que:
- o (des)governo quererá privatizar tudo o que lhe for possível até ao último dia de mandato, mesmo que tais decisões colidam com o interesse nacional - como é o caso da TAP - e garantam o acesso de potenciais lucros a “investidores” amigos, privando o próximo governo de os utilizar na recuperação da depauperada qualidade de vida dos portugueses;
- o governador do Banco de Portugal já conhecia, pelo menos desde 24 de setembro de 2013, a situação calamitosa do Grupo Espírito Santo, porquanto terá recebido nesse dia a célebre carta confidencial de Pedro Queirós Pereira a denunciar o quanto de irregular ali se passava;
- como seria de prever, os tão elogiados vistos gold, não só facilitaram o branqueamento de capitais e o franquear de portas do país e da União Europeia a gente pouco respeitável, como criaram as condições para uma inaudita suspeita de corrupção em altos funcionários dependentes dos ministros da Justiça, do Ambiente e da Administração Interna, com quem alguns dos declarados arguidos tinham uma relação de grande proximidade;
- apesar de ver desmentida a sua inacreditável tese conspirativa sobre o disfuncionamento do Citius a ministra da Justiça continua sem ter pingo de vergonha e escusa-se a fazer o que eticamente lhe deveria ser exigido - a demissão. Pelo contrário apressou-se a apresentar como culpados os arguidos da investigação sobre os vistos gold, como se já não vigorasse no nosso país o pressuposto da presunção de inocência;
- de acordo com o relatório estatístico do Observatório da Emigração, saíram do país 110 mil cidadãos no ano transato, obrigados a buscarem sustento em países onde sentem cada vez maiores dificuldades em encontrarem-no;
- em Timor os tiques ditatoriais de xanana gusmão já levaram os juízes timorenses a manifestarem receios consistentes sobre a sua própria segurança, cientes que estão do envolvimento do primeiro-ministro em casos bem fundamentados de corrupção;
- nem a dimensão significativa da epidemia de legionella em Vila Franca de Xira levou passos coelho ou moreira da silva a reconhecerem o erro de terem legislado de forma a desobrigar os proprietários dos edifícios habitacionais e comerciais a contratarem auditorias externas e certificarem a qualidade do ar nas suas instalações de climatização, justificando-se até essa obrigatoriedade aos de vocação industrial.
Já chegados a um novo dia não será previsível que dele retenhamos grandes novidades. Esperam-se mais notícias requentadas, mormente as que deem o ensejo de passos e Cª continuarem a associar António Costa a tudo quanto de mau ainda julgam ter sido causado por José Sócrates!
Notícias frescas e esperançosas só quando passos e portas forem definitivamente afastados das funções onde nos possam continuar a fazer tanto mal!
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