No serviço noticioso desta noite a SIC mostrou imagens de reportagem em que António Costa se escusou a responder ao discurso pateta de passos coelho da véspera, classificando-o de «incomodado».
Quem quer que tenha escrito o texto para Rodrigo Guedes de Carvalho ler, ainda não compreendeu que Costa repete com o ainda primeiro-ministro, ou com qualquer dos seus prestimosos colaboradores, a mesma tática tão bem sucedida nas primárias do PS: não responder a provocações.
Tendo-se, entretanto, conhecida a contratação de um publicista brasileiro para liderar a propaganda laranja até às legislativas será crível que esse tipo de discurso, apenas baseado em acusações pessoais, seja ainda mais enfatizado. É que as recentes eleições em que Dilma venceu Aécio foram pródigos em episódios desse tipo, particularmente do agrado dos marketeers brasileiros. Por isso mesmo António Costa faz bem em não lhe responder à letra, já que os portugueses raramente deram crédito a esse tipo de campanhas.
É, aliás, curioso assinalar como passos coelho está a replicar em dimensão ainda mais lata, a estratégia erradamente seguida por António José Seguro entre o final de maio e a data das Primárias.
Em primeiro lugar, apesar de um consenso generalizado a sociedade portuguesa quanto à necessidade de antecipar as legislativas, tentará adiá-las para tão tarde quanto possível.
Esperando desgastar António Costa e o Partido Socialista com um ininterrupto chorrilho de mentiras e difamações, não percebe que não só estes se esgotam e enojam, como só mais o irão descredibilizar à medida que os indicadores económicos e sociais, por muito alindados que sejam, evidenciem o fracasso das suas políticas.
Por outro lado ao associar continuamente António Costa com José Sócrates, não percebem quanto contribuirão para a merecida redenção do antigo primeiro-ministro cujo legado positivo em muitos aspetos da sua governação deverão ser recordados com orgulho por todos os socialistas.
Até como futuro caso de estudo para projetos de investigação na área da Ciência Política, a orientação comunicacional da direita nos dez meses que se seguirão, merecerá justificada atenção como exemplo de como um governo sem credibilidade ainda mais se espalhará na forma como tentará captar simpatias no indignado eleitorado!
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