segunda-feira, 28 de julho de 2014

Ganhar por muitos para muito fazer!

Mais um domingo pungente para António José Seguro, que viu recusada a tribuna do Congresso do PSOE e não pôde assim alardear para as câmaras das televisões o “bom relacionamento” com outros partidos socialistas europeus.
Perdido ingloriamente o grande momento previsto para o fim-de-semana, que poderia contrabalançar as eloquentes imagens da Convenção de Aveiro, Seguro limitou-se a passar por mais um anónimo evento em Oliveira do Hospital onde voltou a recorrer ao «número do queixinhas» acusando António Costa de andar a repetir o que ele tem dito há muito tempo.
Convenhamos que se tratou de queixinha infundada, dado que se lhe conhecem inúmeros exemplos de ter dito uma coisa e o seu contrário em prazos muito curtos. Não lhe será, pois, difícil ouvir o edil de Lisboa e convencer-se de que já terá dito algo parecido...
Semana a semana os dissabores de Seguro e dos seus apoiantes vão em crescendo: veem António Costa a liderar uma dinâmica e um apoio entusiástico de milhares de pessoas que confiam numa verdadeira viragem no Partido Socialista a alavancar o início de uma governação competente e virada para o que verdadeiramente contribuirá para a transformação do país. Pelo contrário, a campanha do ainda secretário-geral vai prosseguindo entre o deserto de apoiantes e de propostas credíveis e os episódios caricatos dignos dos mais involuntários bufões.
Mas, com instinto matador, António Costa aproveitou a tribuna de Aveiro para esclarecer as questões que os seguristas iam difundindo nas redes sociais como não andando por ele a ser respondidas. No discurso de encerramento da Convenção comprometeu-se a:
a) lutar por uma nova leitura do Tratado Orçamental que lhe permita ajustar as metas ao ciclo económico.  O que significa batalhar pelo equilíbrio entre o serviço da dívida e as necessidades de investimento da nossa economia, aproveitando a mudança de discurso já constatável em muitos responsáveis europeus a começar por Jean Claude Juncker;
b) pedir a “maioria absoluta”  para formar o próximo governo, porque ainda não é crível encontrar à esquerda quem mostre disponibilidade” para “assumir a responsabilidade” de governar. Mas fechou completamente a porta aos atuais PSD e CDS, porquepara sermos alternativa ao Governo não podemos ser governo com quem faz parte do atual Governo.”
c) um plano de curto prazo para a recuperação económica e social travando a austeridade respeitando os direitos dos pensionistas a contarem com a estabilidade das pensões já formadas, favorecendo a capitalização das empresas recorrendo ao BCE, ao BEI e ao “próximo Quadro Comunitário de Apoio” e utilizando a Caixa Geral de Depósitos como Banco de Fomento da economia;
Numa referência mais explícita a Seguro salientou que “esta não é uma questão pessoal, é uma questão política. Queremos mesmo ser uma alternativa ou uma mera alternância ao Governo que está em funções? É que para ser alternância basta ganhar por poucochinho, e quem está disposto a ganhar por poucochinho é porque está disponível para fazer poucochinho.


Sem comentários:

Enviar um comentário