Os apreciadores dos programas da vida animal estão bem identificados com o comportamento dos gansos, quando estão em migração. Sabendo bem o rumo para que querem seguir, criam uma formação cerrada com um líder em quem confiam para ir abrindo caminho à sua frente. Mas um líder que conta com A FORÇA DE TODOS.
Foi precisamente essa a fórmula galvanizadora encontrada por Ana Catarina Mendes para apresentar a sua candidatura à liderança da Federação de Setúbal. Que ela está a suscitar o entusiasmo justificado dos militantes de todo o distrito di-lo bem a presença de muitas dezenas deles na sessão ontem ocorrida nas instalações da União Moitense. E em que a candidata expressou eloquentemente ao que vem: dados os resultados extremamente dececionantes verificados nas últimas autárquicas ela sente-se no dever de tomar a liderança e contribuir para que o Partido Socialista recupere a relevância, que já teve no distrito, contando com o esforço de todos para esse objetivo.
Fica claro que existe a ambição de rutura com a praxis destes últimos dois anos, quando a Federação alimentou ou não soube opor-se com resolução a tricas entre frações de militantes que, quer em Alcácer do Sal, quer em Grândola (só para citar os exemplos mais escandalosos), tiveram a derrota como desiderato lamentável.
Mas as palavras de Ana Catarina Mendes também podem ser extrapoladas para tudo quanto se passa no Partido a nível nacional, porque António Costa não diz outra coisa: para o desafio que nos espera, quando derrotarmos a Direita - responsável pela “terra queimada” em que transformou o país de Norte a Sul, - todos seremos poucos para apoiar um governo de verdadeira alternativa a tudo quanto ocorreu nestes três anos. E não podemos fraquejar com lutas intestinas internas.
Existe uma lógica de inclusão por parte dos que estão com António Costa, que está totalmente em oposição com a lógica de exclusão, que move os apoiantes de António José Seguro. Destes últimos vão-se somando exemplos deploráveis desde a ameaça de “ajuste de contas”, que António Galamba endereçou a João Galamba como se o Partido pudesse prescindir dos conhecimentos e da qualidade de expressão deste jovem deputado. Ou o ainda mais deplorável caso da Federação de Coimbra, onde os seguristas não gostaram das denúncias factuais emitidas por Cristina Martins a respeito das burlas cometidas por Pedro Coimbra e Rui Duarte na elaboração dos cadernos de recenseamento eleitoral e se viu por isso mesmo expulsa conjuntamente com outros camaradas igualmente malquistos pela Direção da mesma Federação.
O que Seguro e os seus apoiantes estão a sinalizar é esta evidência: pretendem chamar ao Partido os simpatizantes com esta controversa organização de primárias e não têm pejo em expulsar militantes devotados apenas porque eles não toleram a batotice que não tiveram escrúpulos em forjar.
Isso sucede porque, voltando ao tema da migração dos gansos, eles apostam num tipo de liderança, que é absolutamente contrária ao que fazem esses animais: querem manter-se à frente dos demais para mandar no que façam ou no que possam pensar. Sob pena de os expulsarem se se mostrarem dispostos a agir pela sua cabeça. Pelo contrário António Costa, Ana Catarina Mendes e outros candidatos às lideranças federativas em consonância com os princípios da campanha «MOBILIZAR PORTUGAL» sabem que a luta deve ser de todos e que, quem segue à frente, se não dá conta de conhecer o rumo (dizendo uma coisa às segundas, quartas e sextas e o seu contrário às terças, quintas e sábados) só terá uma obrigação para o bem de todo o grupo: ir recompor as forças (ou os princípios) lá para trás da formação...
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