domingo, 6 de julho de 2014

O coveiro crato

É fácil recordar  o entusiasmo manifestado por uns quantos ingénuos, quando se soube o nome do ministro da educação de passos coelho. O nome de nuno crato prometia garantir a continuidade do esforço do governo anterior para conseguir patamares de maior qualidade no ensino, por muito que se conhecesse o posicionamento crítico do novo ministro em relação ao trabalho das suas duas antecessoras (Maria de Lurdes Rodrigues e Isabel Alçada).
Por exemplo o professor Carlos Fiolhais  era um dos maiores entusiastas dessa opção do governo da Direita. Um tipo de apreciação, que se transformou entretanto na atitude oposta!
Agora, passados três anos, é difícil encontrar algum dos antigos críticos acerbos dos governos de José Sócrates, que ainda ergam a voz em defesa do que é o balanço de nuno crato. De facto a destruição operada no ensino é tão profunda, que um governo de esquerda levará anos a remover os escombros da destruição operada e a retomar a aposta na sua qualidade.
É de recordar, nomeadamente, esse personagem grotesco chamado Mário Nogueira, que arregimentou os professores para derrubarem o governo de José Sócrates e ainda nenhuma palavra de arrependimento proferiu por ter contribuído para o desemprego e a miséria de tantos dos seus associados. Mais do que isso: a sua anterior virulência vai sendo substituída por aparições breves, que ainda mais munições faculta a quem apostou na afronta a essa classe profissional (vide o episódio ocorrido durante o mais recente desmaio de cavaco silva!)
Mas se o fecho de escolas, a aposta fundamentalista nos exames desde o 4º ano de ensino, a vontade de transferir para as escolas privadas os fundos de que a escola pública tanto carece e tantos outros escândalos se lhe podem associar, nenhum consegue igualar o que se passa na Fundação de Ciência e Tecnologia, que define anualmente as bolsas de investigação a atribuir a quem a elas se candidata.
Ao pretender transferir para as empresas privadas o dinheiro escasso atribuído à Investigação Científica, crato valida a total secundarização das áreas de Humanísticas, entre as quais se situa o CIES-ISCTE , cujo trabalho tem merecido grande admiração quer a nível nacional, quer internacional.
Se o país já conhecera ministros de educação incompetentes, ainda não tinha encontrado um titular da pasta, que faz política da terra queimada e quer impor critérios grotescos  de quão retrógrados se revelam.
Na história dos que já passaram pelo ministério situado na Avenida 5 de Outubro, crato figurará decerto como o pior titular desde que a Revolução do 25 de Abril trouxe a expectativa de uma Democracia moderna e desenvolvida.



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