Para quem insiste em ver a correlação metafórica entre a política e o futebol vale a pena reter os dados divulgados pelo site brasileiro UOL para explicar os 7-1 com que os alemães fustigaram a seleção local.
À partida a Alemanha partiu da constatação de um fracasso: no Campeonato Europeu de 2000, a seleção não passou da fase de grupos. O que obrigou a um plano de ação capaz de alterar essa rota para o fracasso.
A primeira decisão passou pelo investimento: entre 2000 e 2013 a Alemanha aplicou 464 milhões de euros na qualificação de novos jogadores através de formação ajustada aos objetivos pretendidos. Depois os próprios clubes tiveram de garantir a existência de academias formadoras, não se eximindo a própria federação de criar novos centros de treino para miúdos até aos 14 anos.
Investimento e qualificação de recursos humanos, eis opções estratégicas, que os governos de José Sócrates tanto prezaram e que António Costa volta a colocar como prioridades na sua agenda política. Sem deixar de reconhecer a importância da formação interna dentro das próprias empresas.
É claro que quem dele discorda achará que importa sobretudo equilibrar a balança comercial e só gastar o que se tem. Décadas passadas, quer a direita, quer alguns setores conotados com o Partido Socialista ainda mantém incrustada em si a ideologia salazarenta, que se vangloriava com o ouro acumulado no Banco de Portugal e mantinha o país à margem do investimento na industrialização então em curso por toda a Europa do pós-guerra.
A vitória alemã traduz bem a relação causa-efeito entre investimento e qualificação por um lado e sucesso nos resultados pelo outro. Desde que, a exemplo do que tem sucedido com o país de angela merkel, se aproveitem de facto os novos talentos e não se os mandem sair da sua «zona de conforto» para irem buscar sustento noutras latitudes...
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