O Relatório sobre a Emigração, agora apresentado ao Parlamento pelo secretário de Estado das Comunidades Portuguesas e referente a 2013, reflete o que não teríamos grandes dificuldades em pressentir: ao “convidar” os portugueses a saírem da sua “zona de conforto” para buscarem no estrangeiro o sustento das suas famílias, passos coelho causou um número imenso de dramas pessoais e familiares, que não se diluem na frieza dos indicadores estatísticos.
Segundo esse Documento mais de 1/5 da população portuguesa está a viver fora do país e essa tendência está a agravar-se rapidamente. Isso significa que os 2,3 milhões de cidadãos nessa situação fazem de Portugal o país da União Europeia onde esse fenómeno tem maior dimensão.
Se entre eles é possível identificar alguns casos de sucesso com fácil integração num novo espaço, são muitos os que se caíram em “situações graves de isolamento e de pobreza” por existir uma desadequação irreparável das suas qualificações académicas com os requisitos pretendidos por quem os pudesse empregar.
Muitos incautos tinham ouvido histórias de emigrantes dos anos 60 e 70 que chegavam ao seu destino, quer europeu, quer americano, quer australiano, e conseguiam rapidamente emprego. Hoje essa é probabilidade infelizmente muito diminuta confrontando os ingénuos com as suas infundadas ilusões..
Mas o pior são os casos em que os nossos compatriotas são vítimas das redes de escravatura da força de trabalho dos mais pobres e desinformados, que os vigarizam com recrutamentos suspeitos, não lhes pagam as horas extras ou os salários acordados, violam sistematicamente os limites máximos do período normal de trabalho, alojam-nos em condições insalubres e até os agridem violentamente quando lhes temem os protestos mais corajosos e indignados.
Será que passos coelho ficará imune a uma pequena pontinha de remorso por quanta infelicidade tem suscitado junto dos que tiveram a infelicidade de o contar como primeiro-ministro? É claro que ele jamais o reconhecerá!
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