quinta-feira, 31 de agosto de 2017

De como a tragédia se converte em farsa sem ponta de humor

Foi Hegel quem começou por constatar que a História repete-se sempre pelo menos duas vezes. E Marx acrescentaria que a primeira sob a forma de tragédia, a segunda como farsa.
Com o filho do gasolineiro de Boliqueime a revisão da tese marxista revela-se necessária, porque se a passagem de primeiro-ministro para presidente da República manteve o registo trágico, ele ameaça converter-se doravante num farsante contumaz, tão só o convidem para comparecer novamente sob as luzes da ribalta. Sobretudo na véspera de mais uma constatação do Instituto Nacional de Estatística em como a governação socialista, apoiada nos demais partidos da esquerda parlamentar, está a alavancar a economia do país para crescimentos há muito desconhecidos. A concomitância dos seus vómitos em Castelo de Vide com a confirmação das virtudes do modelo de governação, que ele tudo fez para obstaculizar, a reação pública joga por certo em seu desfavor.
Sinto-me tão distante de tão crapulosa personalidade, que não consigo imaginar-lhe as reações perante os sucessivos desmentidos dos seus dogmas ideológicos. Quase aposto que mudará de canal sempre que a evidência lhe entrar portas adentro e agarrar-se-á a todas as fake news prodigalizadas pelos seus acólitos para o convencerem de outra realidade, que não a existente. Não me espantaria, que repetissem com ele as práticas outrora seguidas pelos cortesãos do ditador de Santa Comba que, após a queda da abençoada cadeira, o convenciam da sua «iluminada» liderança.
A frustração da criatura será a de saber-se evocado da pior forma pela História lusa: por muito que o queiram convencer da imorredoira persistência no imaginário coletivo, temerá ver concretizado o que os (maus) instintos lhe perspetivam, o esquecimento, a sua não existência. Ao contrário de Mário Soares, que tanto detestou e a quem a História sempre atribuirá a justa quota parte na transição para a Democracia.
Temamos por novas aparições. Ou por novas assombrações como escreveu Pedro Filipe Soares nas páginas do «Diário de Notícias». Porque mais do que alguém que mereça ser respeitado, surgirá como o bufão sem graça, que todos desejarão ver atirado para as profundezas dos bastidores.

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