Há grandes superfícies onde nunca entro, onde rejeito gastar um cêntimo que seja. Uma delas, porventura a que mais execro, é o Pingo Doce, cujo comportamento acintoso para com o Estado português, e obviamente para com os seus cidadãos, merece justificada repulsa.
Há fundamento para tal atitude no facto de fugir às obrigações fiscais, pagando noutro país os impostos que deveria aqui satisfazer. Há o reiterado boicote à Festa dos Trabalhadores, a 1 de maio, fazendo abundante publicidade no facto. Mas há também aquilo que distingue esse grupo de qualquer outro da área do retalho: é o único a escusar-se ao pagamento da Taxa de Segurança Alimentar, apesar de criada pela sua apoiante Assunção Cristas, já ascendendo a 14,62 milhões de euros o valor em dívida para com o Estado.
Que não perde pela demora, avisa a Direção-Geral de Alimentação e Veterinária (DGAV), que para tal está a levar o grupo Jerónimo Martins a tribunal. Por ora este vai demorando a cumprir com a obrigação, atardando-se em argumentos de suposta inconstitucionalidade, que mais nenhum dos seus concorrentes diretos vislumbrou.
Será que a família Soares dos Santos está à espera que o Diabo venha e a liberte do que deve por conta de alguma amnistia fiscal? Pelo que se prevê no médio-longo prazo bem pode esperar sentada.
Aos consumidores cabe penalizar quem mantém uma cultura de reiterado jogo do gato e do rato com a legalidade em manifesto prejuízo coletivo. Se ganharem a devida consciência cívica bem podem deixar às moscar os corredores dos hipermercados dessa insígnia.
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