Só os militantes do PSD parecem não compreender que ficaram reféns de um líder incapaz de encontrar emprego tão só o perca em cargos com ele relacionados. Repudidado por um padrinho tão complacente como o foi Ângelo Correia e demonstradas tantas insuficiências para exercer funções de gestor em qualquer empresa, pequena, média ou grande, que alternativa resta a um medíocre com 53 anos senão agarrar-se o mais possível à possibilidade de ser deputado até 2025 nem que isso implique passar todo o próximo mandato na última fila do seu grupo parlamentar?
A realidade dos factos vai distanciando-o cada vez mais da possibilidade de voltar a ser primeiro-ministro: apesar dos fogos ainda ateados um pouco por toda a metade norte do país, sucedem-se as boas notícias para a governação socialista apoiada na maioria das esquerdas parlamentares. Na semana passada o IGCP emitiu mil milhões de euros em Bilhetes do Tesouro e os investidores dispuseram-se a pagar anualmente 3,05 milhões de euros para emprestarem esse dinheiro ao Estado Português. As exportações para Angola voltaram a recuperar, tendo crescido 47% no primeiro semestre em comparação com o período homólogo do ano anterior. As famílias com crianças prestes a regressar às escolas investiram agora em média 399 euros, ou seja quase menos 25% do que sucedia há dois anos e graças à política de gratuitidade dos manuais escolares para os primeiros anos do ensino obrigatório.
Compreende-se que a corte do desnudado rei que é Passos Coelho se desespere, sobretudo quando António Costa a confronta com os desafios do futuro a serem contemplados com os fundos europeus do período entre 2020 e 2027. Competitividade com melhor educação e requalificação de quem trabalha, maior coesão interna, a aposta em infraestruturas (nomeadamente as portuárias!) relacionadas com a economia do mar cuja pertinência ganha tanto maior importância quanto a zona económica do país na plataforma continental, que inclui o território emerso, pode em breve estender-se significativamente com o que isso implica em recursos potenciais a acrescentarem-se aos que já estão a transformar a nossa economia.
Pouco a pouco os que chegaram a convencer-se com o discurso diminutivo de Passos Coelho, dando de Portugal a caracterização de um país pobre sem outra solução que não a de empobrecer, para que as suas mercadorias transacionáveis competissem em preço com as produzidas no Bangladesh ou em Marrocos, estão a constatar quanto ele era criminosamente falso. Os rendimentos dos portugueses e as exportações aumentam, o Produto Interno Bruto cresce e a confiança de consumidores e investidores acompanha essa mesma tendência.
Passos e os seus cortesãos podem manter-se muito tempo na fortaleza onde se sentem acossados de todas as direções, mas não conseguirão obstaculizar uma dinâmica, que promete ser imparável.
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