Se este é ainda um tempo com muitos fogos, em grande parte de origem criminosa, mas aproveitando a oportunidade de sobrarem muitas áreas florestais abandonadas ou rendidas ao eucalipto, o verão vai avançando para a sua segunda metade e as direitas devem andar em grande sobressalto por voltarem a sobressair algumas notícias muito favoráveis ao governo e à maioria parlamentar. Não só o desemprego desce para a casa dos 8%, como existe uma maior aposta dos jovens no acesso ao ensino superior voltando a surgirem tantos candidatos como em 2009, com a vantagem de a limitada demografia valorizar tão expressiva confiança no futuro e desejo de ir mais longe na formação académica.
Se nos textos mais recentes, centralizámos a atenção nos efeitos dramáticos que os bons indicadores e sondagens vão tendo no mocrocosmos laranja, temos passado algo ao lado do CDS, embora ele mereça idêntica atenção. È que, enquanto o ex-parceiro de coligação procura iludir-se com a possibilidade de convencerem eleitores com a influência da sua desgovernação nos sucessos atuais, o partido de Cristas e de Portas atirou para trás das costas a reivindicada inspiração democrata-cristã e ei-lo a declarar guerra aos pobres por causa do RSI e aos refugiados pela recém-aprovada legislação destinada a facilitar-lhes a legalização.
Na clique dirigente do Largo do Caldas vigora esta regra: se é para o Estado ajudar os banqueiros ricos até se assinam de cruz resoluções de bancos enquanto se está na praia. Se os estrangeiros que querem radicar-se entre nós são ricos até se criam vistos gold para lhes facilitar o intento. Mas se uns e outros andam aos caídos, sem terem sequer meios de subsistência, ei-los no tiro ao alvo dos cúmplices de Cristas. Porque são tidos como uns madraços apenas interessados em virem viver à conta do nosso dinheirinho. É um modelo político xenófobo, racista, populista e mentiroso, mas não se pode dizer que as nossas direitas não andem a experimentar discursos odiosos, conquanto lhes garantam votos.
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