Os factos deram razão a José Sócrates quando foi conhecida a entrevista com o responsável de uma das agências de comunicação do país em que ele se vangloriava da campanha criada nas redes sociais para espalhar boatos e distorcer notícias de forma a parecer que o antigo primeiro-ministro estaria envolvido em situações comprometedoras do ponto de vista legal. Eram essas “notícias” as que iam depois aparecer na primeira página do «Correio da Manhã» para conseguir o efeito da estratégia de repetir mil vezes uma mentira até ela se consolidar no inconsciente coletivo como tendo um fundo de verdade.
Muito embora nunca tenha sido sequer inquirido como arguido, e muito menos acusado do que quer que seja - não tendo faltado tentativas nesse sentido! - José Sócrates continua a ser considerado por uns quantos ingénuos e por muitos mais mal intencionados como tendo telhados de vidro no respeitante à sua licenciatura, à aprovação do projeto da Freeport ou de outros “casos”, que depressa se revelaram sem fundamento senão para os que pretendiam forçosamente teimar nessa mentira.
Vem isto a propósito de o mesmo tipo de estratégias estarem a ser levadas por diante com António Costa. Basta olhar algumas das páginas do facebook onde está acesa a discussão sobre a bondade da sua candidatura e lá as vemos contaminadas por algumas presenças apostadas em difamá-lo ou insultá-lo soezmente. Identidades como “Jorge Ribeiro”, “Evaristo Silva” ou “Celestino Lima” - e estes são apenas exemplos escolhidos ao acaso de entre outros criados com o mesmo objetivo! - surgem a suscitar reações emotivas de muitos apoiantes de António Costa, que reagem como se eles existissem de facto e correspondessem a pessoas concretas que estejam com a candidatura contrária.
Que estão com essa candidatura não há margem para dúvidas. Já elas se transformam em certezas quando temos a iniciativa de consultar o perfil desses supostos seguristas e encontramos escassíssima informação sobre quem são. Nuns casos identificam-se como morando numa capital de distrito e terem estudado na “universidade da vida”, noutros nem sequer sabemos isso.
Mas, mais curioso se torna toda essa autêntica vigarice intelectual, quando os denunciamos e eles tratam de bloquear quem lhes desvenda a fraude e apagam os comentários a isso alusivos.
Já tínhamos constatado que o debate em torno das Primárias seria sabotado pelos que apoiam António José Seguro, totalmente desinteressados da magna questão de optar entre a alternância proposta pelo seu líder ou a verdadeira alternativa a esta política tal qual António Costa a veio propor. Mas a falta de escrúpulos ameaça ultrapassar todos os limites.
Por isso mesmo importa levar por diante um combate sem tréguas a essas “identidades fantasmas”, que surgem nas redes sociais apenas para enlamear António Costa e aparentar um apoio a António José Seguro, que ele de facto não tem.
Trata-se, pois, de ir desmascarando todas essas “personagens” e dificultar um negócio, que seria interessante saber por quem está a ser pago. É que no afã de querer associar António Costa a interesses e negócios, que não especificam, os seguristas lembram o malandrim, que anda a correr rua fora a gritar «agarra que é ladrão!».
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