Na entrevista à «Visão» António Costa compromete-se a combater a ideologia segundo a qual a austeridade constituiria o remédio para alcançar Finanças equilibradas e consolidadas.
Conta para tal com dois argumentos a ter em conta:
· que é o próprio Juncker quem já defende a necessidade de investir para recuperar o crescimento e a criação de emprego;
· que a própria Alemanha já reconhece a necessidade do reforço de fundos estruturais destinados a contratualizar as reformas favorecedoras do crescimento sustentado.
Sem exigir grandes reformas, o Tratado Orçamental poderá ser objeto de uma interpretação flexível totalmente oposta à ortodoxia, que caracterizou a política europeia dos últimos anos. Segundo António Costa haverá que considerar três das normas previstas nesse Tratado:
· “uma, é sobre o conceito de défice estrutural: que despesas contam para o défice e quais não contam”;
· “segunda, prevê que a trajetória para as metas deve ser ajustada ao ciclo económico. E pressupõe que as políticas de consolidação sejam mais apertadas em tempos de crescimento e mais flexíveis em momentos de recessão.”;
· “em terceiro lugar, prevê que possa não ser contabilizado, para o cálculo do défice, um conjunto de despesas destinadas a resolve o défice estrutural de um país”.
É inegável que António Costa sabe bem o que quer e como o poderá conseguir. Por isso o seu discurso é de alternativa ao estado a que isto chegou e mobiliza os portugueses para as transformações urgentes a implementar no horizonte temporal de uma década.
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