Esta semana a apresentação dos resultados semestrais sobre a atividade do Banco Espírito Santo pôs às claras o crime ali cometido, que configura fraude, burla e falsificação. E, depois de tudo quanto a direita disse a propósito do BPN inculpando Sócrates, Teixeira dos Santos e Vítor Constâncio, gostaríamos de assistir à devida autocrítica, porque de nada lhes adiantou a experiência de conhecimento feito para evitarem a hecatombe do BES.
A veemência com que, outrora, condenaram o governo socialista e o regulador de então deveria ser a mesma agora para com passos coelho, carlos costa e a troika, que tantas inspeções fez e de nada desconfiou.
Chegamos assim à situação em que o valor do banco em Bolsa é seis vezes menos do que o aumento de capital a que se verá obrigado a curtíssimo prazo e para o qual avançarão dinheiros públicos depressa transferidos para os ombros dos contribuintes. E quem, há dois meses, acorreu com o seu investimento ao mais recente aumento de capital já perdeu mais de 80% da sua aplicação o que intimidará os mais ousados, que ainda sentissem alguma tentação por canalizarem para esse BES o seu dinheiro.
Pedro Sousa de Carvalho do «Público» escrevia esta semana que o Banco de Portugal deixou de antecipar os acontecimentos, limitando-se a reagir à sua vertiginosa sucessão: “Há duas semanas o governador do Banco de Portugal jurava a pés juntos que o BES tinha uma almofada financeira que lhe permitiria absorver o impacto do buraco provocado pela exposição do banco às empresas do grupo Espírito Santo. Ficámos agora a saber que afinal o buraco era uma cratera. E o Banco de Portugal continua a atirar pedrinhas e auditores para dentro do buraco, a ver se ouve algum barulho, para tentar perceber se a cratera tem algum fundo.“
Atarantados e vendo a água a entrar pelos sucessivos rombos de tão periclitante nau, passos coelho e maria luís albuquerque deverão estar a pensar como a vida é prenhe de lições: m vez das fanfarras e do fogo-de-artifício de uma recuperação inquestionável, veem a crise adensar-se com mais uma tormenta a acrescentar-se às que já estavam a padecer.
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