A História tem sido fértil em exemplos de fenómenos pouco evidentes para quem olha distraidamente os eventos políticos do dia-a-dia, mas que acabam por impactar seriamente a vida dos povos. Um recente artigo de Thierry Meyssan na Rede Voltaire apresenta uma tese curiosa: em 2013 o Pentágono elaborou o Plano Wright pelo qual organizou a sabotagem à Rota da Seda com que a China planeia alargar a capacidade de transacionar mais facilmente as suas mercadorias. Para o trajeto entre Bagdade e Damasco conjeturou na possibilidade de ali ser criado um novo Estado tampão, que viria a ter no Daesh a sua expressão. A exemplo do que sucedera no Afeganistão, durante a presença soviética, o Pentágono e a CIA não regatearam apoios a aparentes fanáticos muçulmanos, embora eles se viessem a revelar pouco agradecidos para com os seus benfeitores.
Os acontecimentos na Ucrânia inserir-se-iam na mesma lógica, com as novas autoridades de Kiev a servirem de cabeças de turco na dificultação da passagem dessa referida Rota para o resto da Europa. E, porque um novo canal a ligar o Pacífico e o Atlântico, competindo com o do Panamá, servirá, igualmente, de rota alternativa para os grandes exportadores asiáticos, os norte-americanos andam a replicar na Nicarágua a estratégia, já aplicada com êxito ainda não inteiramente bem sucedido, na Venezuela.
Como diriam os italianos, se non è vero, è ben trovato...
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