quarta-feira, 21 de novembro de 2018

Crimes absurdos, basbaques, incendiários, boicotes e infantilidades


1. Desconhecia a história relatada por Daniel Oliveira na crónica desta terça-feira, mas uma breve pesquisa na net foi fértil em informações complementares e fotografias a confirmá-la: numa vila mexicana uma turba de justiceiros linchou dois homens apenas porque o WhatsApp aludiu à sua suspeição relativamente a um mito urbano de desaparecimento de várias crianças da região.
É claro que não tinha existido nenhum rapto, mas os criminosos nem sequer ponderaram na possibilidade de estarem a ser comandados por uma tenebrosa fake new. Duas vítimas viram-se, assim, assassinadas com uma extrema violência, quando apenas se tinham dirigido à povoação para adquirirem os materiais necessários à construção de um poço.
Assim se demonstra, uma vez mais, a necessidade de regulamentar as redes sociais, limitando-lhes o mais possível a virulência dos propósitos dos seus mais tortuosos utilizadores.
2. O comportamento das multidões suscita, de facto, as maiores reservas. Wilhelm Reich, um pensador infelizmente esquecido, dedicou-lhes um livro elucidativo em que demonstrava na sua manipulação forma eficaz de propiciar o avanço do fascismo.
Que há gente de inqualificável estupidez ficou novamente revelado naquelas muitas dezenas de basbaques que, contrariando os pedidos das autoridades, deslocaram-se à zona das pedreiras de Borba para assistirem ao que ali se passava, satisfazendo uma morbidez doentia, que careceria ser - mais do que medicamentada! - severamente punida!
3. Na crónica de Francisco Louçã questiona-se a campanha da indústria do papel em prol de alargamento da plantação de eucaliptos um pouco por todo o país, apesar da responsabilidade de tal tipo de árvores na propagação de incêndios. Portugal já é o país do mundo com maior proporção de área eucaliptada e o quarto em valores absolutos, pelo que só pode ser despudorada a proposta para ainda plantar mais. 
4. Há quem recorra ao site Booking para reservar viagens de lazer. Pessoalmente nunca a ela recorri, nem pensarei socorrer-me: basta-me o alerta da Human Rights Watch, que o denuncia como intermediário para o aluguer de alojamentos nos colonatos israelitas da Cisjordânia, ou seja em território internacionalmente reconhecida como ROUBADO aos palestinianos. Boicote merecido, é o que deve ser o tratamento conferido a tal plataforma de negócios na área do turismo.
5. Ridícula a reação de Marcelo Rebelo de Sousa, quando a Rádio Nacional de Angola estava a entrevista-lo e expressou a vontade de receber um convite para ali cumprir uma visita de Estado. Como comentava Vítor Matos, no «Expresso»: “o Chefe de Estado quer ir a uma festa para onde só se vai convidado, no entanto, não só se faz convidado para o banquete como exibe uma ansiedade e um excesso de entusiasmo que talvez devesse moderar.”
A falta de gravitas  continua a ser uma das doenças infantis de Marcelo!

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