Se se fizesse hoje uma reaferição ao universo consultado pela Eurosondagem para os resultados hoje divulgados pelo «Expresso» será que eles seriam os mesmos? Tenho dúvidas …
Com os funcionários públicos a perceberem que manteriam os salários cortados até 2019? Com os reformados a terem a confirmação de a direita teimar em lhes levar parte significativa dos rendimentos? Com a generalidade dos que trabalham a serem “convidados” a suportarem a sobretaxa do IRS durante toda a próxima legislatura?
Com a declarada intenção de destruir totalmente a Segurança Social retirando-lhe receitas quer através da redução da TSU dos patrões, quer da redução dos salários, quer da degradação contínua do nº de empregados em Portugal?
Com a confessada intenção de prosseguir as benesses aos mais endinheirados - nomeadamente às empresas de energia! - e retirá-las aos mais desfavorecidos?
É verdade que, por agora, o PS não descola na direção da maioria absoluta, mas estas últimas duas semanas foram aquelas em que os socialistas deram sucessivos tiros nos pés a partir do momento em que Sérgio Sousa Pinto publicou no facebook um texto execrável sobre a candidatura de Sampaio da Nóvoa. E há que contar com a aproximação de momentos culminantes na estratégia de António Costa: a divulgação dos dados macroeconómicos para os próximos anos traçados pelos economistas convidados a colaborarem com o partido, e a apresentação do programa eleitoral.
A própria saída de António Costa da Câmara de Lisboa já começa a dar efeitos positivos com as televisões a verem-se obrigadas a cobrir as suas atividades a um ritmo praticamente quotidiano. E ele é dos líderes que vê subir a popularidade nesta mesma sondagem.
Pode igualmente revelar-se perturbadora a falta de notoriedade de António Sampaio da Nóvoa nesta altura. O que só dá razão à decisão de já formalizar a sua candidatura a partir de 29 de abril. Até ao próximo ano espera-o um enorme trabalheira, mas que será provavelmente premiada com a vitória nas presidenciais. É que o maior equívoco em que incorre marcelo rebelo de sousa ao adiar para depois das legislativas a resposta ao seu tabu é necessitar do apoio de um partido derrotado nas legislativas e transformado num saco de gatos.
Se não surgirem novos disparates em gente com responsabilidades no PS, e se soubermos ser pacientes, a dinâmica da vitória construir-se-á com as ações de campanha a organizar até lá e com as sucessivas demonstrações do fiasco da política da direita nestes quatro anos...
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