Nos últimos dias andei estrangeirado pelo melhor dos motivos - fazer de avô a tempo inteiro. Por isso não participei nalgumas iniciativas cívicas, entretanto concretizadas, embora em compensação fosse poupado ao discurso de cavaco silva aos «cidadões».
Regressado a este cantinho ocidental de um continente forçado a austerizar-se por força da cegueira mesquinha de uma caterva de políticos sem plena noção das consequências do que pretendem impor, é altura de voltar à ação e, dentro dos limites das minhas capacidades, contribuir para três objetivos perfeitamente tangíveis tão só haja entusiasmo para os levar por diante:
O primeiro tem a ver com a urgência em conseguir a libertação e completa ilibação de suspeitas de José Sócrates. Por muito que rosário teixeira e carlos alexandre teimem em perdurar a infâmia, terão mais tarde ou mais cedo de ser confrontados com a responsabilidade de uma violação continuada dos direitos do antigo primeiro-ministro à presunção de inocência. Mas se o objetivo era a submissão do poder político ao judicial, como houve quem o arvorasse como estratégia para esta década, a exequibilidade de tal propósito vai-se esfumando à medida que o edifício de suspeições criadas em conluio com os pasquins do costume se vai desmoronando por inconsistência e falta de provas do que pretenderiam demonstrar.
O segundo tem a ver com a necessidade de garantir ao Partido Socialista a maioria absoluta em outubro. Se havia quem duvidasse de tal probabilidade, a forma como a direita ficou em pânico com a apresentação do relatório macroeconómico para os próximos anos só confirma termos entrado numa nova fase deste período pré-campanha oficial com o PS claramente ao ataque e passos e portas a assinarem à pressa um novo contrato matrimonial a ver se ainda conseguem enganar uns incautos, que não associem os bolsos esvaziados com o efeito da desgovernação nestes quatro anos.
E, em terceiro lugar, haverá que tornar irresistível a dinâmica de vitória de António Sampaio da Nóvoa até Belém. Como Carlos do Carmo dissera há uns meses, nós tivemos o tremendo azar de suportar cavaco silva durante vinte anos, ora como primeiro-ministro, ora como presidente da república. Personificando ele tudo o que de mais vil se configurou na vida portuguesa durante os últimos trinta anos: nepotismo, compadrio, mediocridade e uns quantos mais desqualificativos, que se colam a tão danosa figura pública. Daí a urgência de devolver à função presidencial a dignidade, que ela perdeu com tão nefasto titular.
Vencer essas três batalhas abre espaço para que voltemos a encontrar a tal manhã clara de que Sophia falava a respeito do 25 de abril, mas de concretização sempre adiada. Por isso estarei presente em todas elas para ajudá-las a ganhar a força inexorável dos fluxos que empurram a História para diante...
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