A Festa da Democracia, que o PS organizou anteontem no Pavilhão Rosa Mota do Porto para comemorar o 42º aniversário do partido, constituiu um excelente ensaio geral para a mobilização dos portugueses em breve chamados a redefinirem o seu futuro nas legislativas de outubro.
Muito embora sobrem por aí muitos urubus a negarem ao PS a possibilidade de alcançar a maioria absoluta, a dinâmica a desenvolver pelos militantes e simpatizantes junto dos demais eleitores, nos próximos seis meses, será determinante para que essas previsões sejam desmentidas.
Para que o sucesso seja efetivo o PS irá falar verdade aos portugueses, não imitando passos coelho ou paulo portas que, em 2011, andaram a prometer amanhãs que cantam a quem neles votasse e o que lhes propiciaram foram muitos desencantos.
Perante milhares de socialistas, António Costa afiançou: “Os nossos compromissos serão isso mesmo: palavra dada é palavra honrada. É isso que faremos no nosso próximo ciclo de governação”. E, mais adiante: “Esse rigor do PS começará já nesta campanha eleitoral, porque ninguém nos verá a fazer o que fez o atual primeiro-ministro [em 2011] em campanha, prometendo que não cortava o que veio a cortar no Governo e prometendo não aumentar o que veio a aumentar no Governo. Nós só assumiremos compromissos perante os portugueses depois de testar a sua capacidade, consistência e sustentabilidade.
Podemos dizer olhos nos olhos aos portugueses que o que nós nos comprometermos a fazer na oposição é o que faremos no Governo. Só temos uma cara, só temos uma palavra.”
O futuro primeiro-ministro de Portugal também não deixou de denunciar a contradição entre os discursos frequentemente autoelogiativos do governo e os que lhe desmascaram, com indicadores reveladores e novas ameaças de austeridade, a fracassada “obra” que deixa: “Há um mês, o Governo dizia que tinha os cofres cheios, e agora o que vem dizer é que, afinal, precisa de nova dose de austeridade, porque os cofres estão cheios de dívidas”.
A tentativa de passos coelho voltar a impor cortes nas pensões dos reformados será um argumento decisivo que muito contribuirá para a dimensão da sua previsível derrota: “Há uma semana, o PSD vinha dizer que queria baixar as contribuições para a Segurança Social e agora, uma semana depois, o que vem dizer é que tem de cortar não nas contribuições, mas nas pensões, porque, afinal, a Segurança Social não tem capacidade para ter cortes, mas tem necessidade de novos cortes nas pensões que pagam aos pensionistas”. Ora, António Costa concluiu que, a tal respeito, “assim não é aceitável. Não é possível continuar a termos um Governo que perdeu o Norte e não sabe o que fazer com o país”.
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