E se víssemos a protocandidatura de António Sampaio da Nóvoa às presidenciais por outro prisma, que não o da desfaçatez com que o comentador anão da SIC a desvalorizou no último sábado, nem a da suposta divisão socialista pelo facto de Soares ou Alegre a apadrinharem, e Sousa Pinto, Lello, Vitalino Canas, Vera Jardim, Beleza ou Vital Moreira a rejeitarem?
Tendo em conta que, sendo um dos problemas da candidatura em causa a falta de notoriedade, ainda estamos naquela fase em que “digam bem, ou digam mal, o que é importante é que dele falem”.
Depois, e porque após a previsível vitória eleitoral do PS nas próximas legislativas, a direita multiplicar-se-á em alertas ao eleitorado sobre as “desvantagens” em “meter os ovos todos no mesmo cesto”, o pior que poderia acontecer a esta candidatura seria a de ser circunscrita à lógica de se tratar do candidato socialista e não o de toda a esquerda em geral. Por isso mesmo, independentemente da sinceridade ou não do que digam, o que os críticos do antigo reitor da Universidade de Lisboa lhe estão a garantir é essa vantajosa distância relativamente a qualquer partido, que o tornarão particularmente forte se alicerçada num estatuto de “independente”.
É que, para levar por diante a ambiciosa Agenda para a Década, será preferível António Costa contar em Belém com um marcelo - que, mesmo com outra argúcia, fará a mesma sabotagem de cavaco aos governos de Sócrates - ou este respeitado intelectual cujo discurso se articula bem com aquele projeto de transformação do país?
Por mim não tenho qualquer dúvida: mais do que Guterres ou Vitorino, que já deram sobejas mostras de não estarem interessados no cargo, ou Gama ou Maria de Belém, com cuja pusilanimidade não simpatizo, vejo em António Sampaio da Nóvoa o candidato por quem estarei disposto a batalhar para o ver em Belém.
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