Passam hoje quatro anos sobre o pedido de intervenção da troika decorrente do chumbo do PECIV, uma das datas mais negras por que passou a democracia portuguesa depois do 25 de abril.
No «Expresso Diário» Pedro Santos Guerreiro descreveu assim essa data: “Aquele dia foi assim. Os políticos que ansiavam a queda de Sócrates estavam eufóricos. Os bancos que precisavam de financiamento estavam aliviados. Mas parando para pensar percebia-se o óbvio: pedíamos dinheiro, entregávamos poder. A 6 de abril de 2011 começou a intervenção externa.”
Uma intervenção externa pretendida pelo PSD, que adivinhava a possibilidade de a tornar no alibi da transformação da economia portuguesa naquilo que os ideólogos por trás de pedro passos coelho - sobretudo esse antónio borges de má memória! - pretendiam torna-la: quase sem nenhuma intervenção do Estado na economia, sem serviços públicos dignos desse nome e com desempregados em número suficiente para tornar possível a quebra nos salários e a negação de quaisquer dos direitos previstos na legislação laboral. E que nunca esqueçamos quão galhardamente o PCP e o Bloco de Esquerda se dispuseram a servir-lhes de idiotas úteis!
Igualmente no «Expresso», João Galamba abordou o agravamento do desemprego nos últimos cinco meses segundo o INE. Em fevereiro a previsão já é de 14,1% e o total da população empregada recuou para 4,4 milhões de pessoas, ou seja para os níveis de 1987. O deputado socialista denuncia: “Desde que o atual Governo entrou em funções há menos 420 mil empregos em Portugal. Só em 2012 foram destruídos cerca de 190 mil empregos, mais do que os 150 mil verificados em 2009, o auge da crise financeira internacional.
Se a opção de ir para além da Troika teve resultados ruinosos no crescimento, no investimento, no emprego, transformando uma recessão que se previa pouco intensa e muito curta numa gravíssima crise económica e social, a agenda alegadamente reformista do governo não parece ter criado qualquer tipo de dinâmica positiva na economia portuguesa. “
Um bom exemplo disso é o que agora se soube através de um relatório da Comissão Europeia: 60% das empresas de hotelaria e restauração estão em sério risco de falência devido à descapitalização sofrida nestes quatro anos. Apesar de andarem muitas vezes a reboque do governo em situações, que em nada se justificavam - como sucedeu com a polémica levantada por pires de lima a propósito das taxas turísticas em Lisboa - as organizações empresariais da área do turismo bem deveriam pôr a mão na consciência e denunciarem quem os tem precipitado no abismo mesmo com tantos estrangeiros a procurarem-nos...
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