Ontem à noite a plateia e o balcão da Academia Almadense foram demasiado exíguos para conter mais de duas centenas de militantes e socialistas, que compareceram para se dizerem entusiasticamente presentes para as importantes batalhas dos próximos seis meses até às eleições legislativas.
Depois das intervenções do Ivan (da JS de Almada), da Francisca Parreira (líder da Concelhia) e de Ana Catarina Mendes (que preside à Federação), o grande momento da noite foi o do discurso de António Costa balizado no eloquente relatório elaborado pelo Parlamento Europeu sobre as consequências do austericídio na vida dos portugueses.
O que esse documento recomenda converge, na sua quase integralidade, com a visão dos socialistas sobre as políticas a implementar a partir de outubro, quando o eleitorado confirmar António Costa como primeiro-ministro. Elas implicam a necessidade de um significativo investimento público na educação, na saúde e nos cuidados primários, na criação de emprego, nomeadamente para os jovens e para os desempregados de longa duração, e na justiça.
Porque durante o dia ocorrera a despudorada confissão do secretário de estado da Saúde, leal da costa, em como não ocorrera desinvestimento no setor, devido ao financiamento direto da oferta privada pelo Orçamento do Estado, António Costa não perdeu a oportunidade para dá-la como exemplo do que aconteceu aceleradamente durante a desgovernação da equipa de passos coelho: a destruição do setor público e dos apoios sociais em benefício dos interesses de particulares.
Não ficou igualmente esquecida a reação de passos coelho aos números do INE sobre o desemprego nos últimos cinco meses, segundo ele eventualmente explicável pela eventual mudança de metodologia no apuramento desses dados. Algo que rapidamente se confirmou não corresponder à verdade.
Mas é um facto, que a direita tem uma dificuldade atávica em lidar com a verdade! Senão veja-se a pretensão de polemizar de um idiota, que anda a receber os favores de ter sido um dos mais tenazes opositores a José Sócrates, através da sua remunerada coluna de “opinião” no «Público»: os números do desemprego deram o ensejo a esse joão miguel tavares para defender as falácias de passos coelho e atacar o Observatório coordenado por Boaventura Sousa Santos na Universidade de Coimbra, chegando implicitamente a propor que ele seja extinto devido às revelações inconvenientes decorrentes dos seus fundamentados estudos.
É claro que vai-se detetando algum desespero nos muitos tavares, que ainda vão perorando mentiras aqui e acolá, devido à atmosfera de fim de ciclo bem percetível num punhado de notícias desta quarta-feira: desde cavaco a ter de se voltar a justificar por manter o moribundo ainda ligado à máquina até à cada vez menor probabilidade em passos & Cª conseguirem levar avante a venda do Novo Banco ou das obras de Miró ou em entregar a TAP e outras empresas de transportes à ganância dos interesses privados.
A verdade é que os ratos já se apressam a sair do navio quase a ir ao fundo, mas sempre com um lastro de falta de ética a acompanhá-los. Senão, veja-se o caso de miguel seabra, que tanto defendeu os cortes à Investigação Científica e se apressou a concorrer ao Prémio Bial numa singular conceção pouco escrupulosa dos que significavam as suas funções à frente da Fundação de Ciência e Tecnologia.
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