terça-feira, 7 de abril de 2015

Os números do descalabro no SNS

Os dados agora divulgados pelo Instituto Nacional de Estatística a pretexto do Dia Mundial da Saúde é elucidativo quanto ao sucesso da estratégia deste governo em destruir o mais possível o Serviço Nacional de Saúde e assim garantir a maximização dos lucros dos hospitais e clínicas privadas.
Se há muitos anos um deputado do CDS causara escândalo na Assembleia da República com a afirmação de que quem quereria saúde tinha de a pagar, agora essa realidade vai-se consolidando no imaginário coletivo sem que haja um levantamento legítimo dos prejudicados com estas políticas para, a bem ou a mal, lhe pôr fim.
Sintetizemos num punhado de indicadores agora revelados pelo INE na comparação entre a realidade de 2002 e a de 2012, o que se passa com a área da saúde em Portugal:
- em 2012 existiam 387 centros de saúde, dos quais só 94 contavam com urgência básica ou com atendimento permanente. Em 2002 eram 391 centros de saúde, com um total de 276 a oferecerem um serviço de atendimento permanente
- os números relativos a 2012 contabilizam um total de 26,3 milhões de consultas médicas nos centros de saúde, ou seja menos 2,3 milhões de consultas do que em 2002 — o que corresponde a uma quebra de 8,3%.
- em 2002 os hospitais privados asseguraram 16,5% do total de consultas médicas realizadas no âmbito da consulta externa dos hospitais portugueses (cerca de 1,6 milhões de consultas), enquanto em 2013 foram responsáveis por 29% (cerca de 5,1 milhões de consultas)”.
Mas, porventura,  o dado mais tenebroso do que ocorreu no último ano foi divulgado hoje pela SIC: em apenas um ano a oferta de camas para internamentos nos hospitais públicos diminuiu em quatro mil. Não admira assim que, mesmo ultrapassada a fase mais agudizada das gripes, a taxa de ocupação das camas nesses hospitais continue a rondar, e até mesmo a ultrapassar os 100%.
Estes números deveriam fazer pensar aqueles, que continuam a considerar paulo macedo um “ministro competente”.  É certo que ele o é, mas apenas para esses interesses privados beneficiados com as suas políticas ao longo destes quase quatro anos de (des)governo.
Para a maioria dos portugueses o saldo, que têm de reconhecer neste notório representante da opus dei, é desastroso…


Sem comentários:

Enviar um comentário