terça-feira, 10 de fevereiro de 2015

Uns aceleram, os outros gripam...

Se os submarinos de paulo portas já andam em manutenção em estaleiros alemães, o porta-aviões da economia por ele anunciado com pompa e circunstância há um ano, também anda a navegar no muito devagar a vante ao contrário da velocidade de cruzeiro prometida.
De facto os últimos números oficiais referentes às exportações mostram que 2014 foi o pior ano desde 2009, ficando-se o aumento por 1,9%. E as importações aumentaram em 3,2%! Ora desde 2008, que o aumento das exportações não ficava abaixo do das importações.
Lá se vai pelo cano do esgoto uma das mais promissoras bandeiras eleitorais que a direita contava utilizar para ainda enganar alguns dos palecos dispostos a nela votarem.
Estava-se mesmo a ver que esgotado o truque de aparentar sucessos à conta das exportações de combustíveis refinados em Sines na unidade lançada por José Sócrates, a realidade da incapacidade da direita em lançar novos clusters viria ao de cima. E com a Autoeuropa a reduzir o número de unidades montadas na fábrica  da margem sul, as perspetivas de melhorias para este ano de 2015  estão mais do que comprometidas…
Com o preço do barril de petróleo a trazer vantagens por um lado (preços mais baixos na produção de produtos de consumo) e desvantagens pelo outro (todos os efeitos negativos relacionados com a crise angolana!) resta ao governo a ilusão dos efeitos publicitários relacionados com a chegada das primeiras verbas oriundas dos fundos do novo quadro comunitário de apoio, que está a fazer tudo por tudo para começarem a aparecer em junho.
Quem apresenta resultados impressionantes de tão opostos é a economia alemã, o que explica a sobranceria com que o governo alemão olha para todos os outros. Como se se tratasse, exclusivamente, de uma questão de competitividade.
A realidade é bem mais complexa do que essa ficção, que acaba por tornar os outros países europeus no sorvedouro de dinheiro só num sentido: o de se encaminhar invariavelmente para o Banco Federal Alemão.
Portugal, por exemplo, compra mais 1645 milhões de euros de produtos alemães do que lhes consegue vender.
Com um excedente de 217 mil milhões de euros na sua balança comercial, a Alemanha viola os Tratados europeus, por apostar pouco no investimento e no consumo, aumentando os desequilíbrios macroeconómicos em relação aos demais Estados-membros.
É por isso que, no contexto da União Europeia, mais do que um exemplo a seguir ou um aliado a quem  nos devemos submeter, a Alemanha deve ser denunciado como estando na origem da crise do euro e, como tal, combatida.
Só o fanatismo ideológico de passos coelho e dos seus ministros  justifica que não vejam o essencial: neste momento o nosso lado da barricada é o mesmo que o dos gregos…

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