Há imagens, que valem por mil palavas. E estas não faltaram na boca da senhora procuradora-geral da república na entrevista dada à Rádio Renascença e ao «Público». Mas os gestos, oh que gestos!, tão reveladores foram do que procurava esconder só para si.
Não sei se joana marques vidal tem algum conhecimento do significado de algumas expressões faciais ou da forma como mexe as mãos. Mas se o tem, não conseguiu utilizá-lo, quando a questionaram sobre as fugas de informação oriundas dos seus subordinados para o pasquim da Cofina : a forma como olhou obliquamente para baixo a reconhecer os “deslizes” e a afiançar ter, entretanto, resolvido a questão, foi bem demonstrativa como estava comprometida com o que reconhecidamente é um crime público.
E a forma como se mexeu na cadeira, quando garantiu não haver preconceito político na investigação a José Sócrates, indiciou precisamente o contrário.
Razões mais do que bastantes para justificar a óbvia conclusão de não se tratar da pessoa mais adequada para o cargo que desempenha. É que a falta de garantias para quem é acusado de eventuais atos ilícitos, e não consegue ver reconhecido o seu direito ao bom nome até surgirem provas concludentes de o não merecer, só tem paralelo com o tipo de (in)justiça praticado antes do 25 de abril.
Há, pois, que fazer a revolução dos cravos ter efeitos num dos setores mais estruturantes da nossa Democracia!!!
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