Estamos a assistir a um ponto de viragem significativo no espaço europeu: durante algumas semanas o movimento Pegida fazia crer na possibilidade de terem razão os que aventam a imparável ascensão dos movimentos fascistas um pouco por todo o continente.
Mas, se em Dresden, eles ainda não se grupuscularam tanto quanto o desejarmos, noutras cidades alemãs já desistiram de se manifestar nas ruas dada a evidente desproporção entre os seus apoiantes e os que surgem a vituperá-los.
Nos últimos dias os fascistas suecos e austríacos também quiseram testar as respetivas opiniões públicas, ficando esclarecidos. Em Malmö conseguiram mobilizar 30 energúmenos, que encontraram pela frente o protesto de três mil antifascistas. E o mesmo em Viena (400 contra 5000) e em Linz (150 contra 2000).
Mas o fascismo não se revela apenas nesses aparatos mais ou menos inquietantes. Também assume a versão beata e sinistra de um paulo morais agora a anunciar uma intervenção política, seja através de uma organização política, seja como candidato a Belém.
Conhecendo de ginjeira este tipo de demagogos, que usam e abusam de conceitos como «transparência» para esconder os seus ínvios propósitos, também os encontramos no chamado movimento revolução branca (já o nome só por si tem claras ressonâncias racistas) aceite por carlos alexandre como assistentes no processo instaurado a José Sócrates.
Depois de uns estarolas do chamado PNR terem andado a passear-se por Évora, este seu braço político continua apostado em sair do anonimato com formas múltiplas de se pôrem em bicos dos pés. E o juiz do TIC continua a revelar as suas afinidades eletivas…
Outro espaço onde importa estar atento é nos corpos policiais. Sabe-se que, na Grécia, eles estão contaminados a 50% por apoiantes do Aurora Dourada. Aqui ainda desconhecemos até que ponto há infiltração de fascistas na PSP, mas é inquietante o testemunho de Flávio Almada, um dos responsáveis do Moinho da Juventude sobre os acontecimentos do passado dia 5 na Cova da Moura :
“Consegui ver a expressão de um dos polícias, quando disse com uma convicção que eu não consigo reproduzir: “Se eu mandasse, vocês seriam todos exterminados. Não sabem o quanto eu odeio vocês, raça do caralho, pretos de merda.” Nunca tinha visto um ódio, em estado bruto, daquela forma. Nunca tinha visto e já vi muita coisa. A expressão dele era um ódio completamente cego e aquilo assustou-me: como é que uma sociedade anda a produzir indivíduos deste tipo? “
O novo Governo, saído das próximas legislativas não poderá descurar a eventual incubadora de serpentes já instalada na área da Administração Interna...
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