1. Se a notícia do dia foi a vinda de José Sócrates a Lisboa para ser ouvido em dois processos distintos sobre a violação do segredo de justiça nunca será de somenos realçar o facto de um deles fazer todo o sentido pois o antigo primeiro-ministro tem toda a razão em reclamar contra a forma como os autores do processo kafkiano, que fundamentou a sua detenção, têm utilizado os pasquins do costume para o inculpar na praça pública, acautelando a forte probabilidade de não encontrarem matéria substantiva para o acusar juridicamente.
Quanto ao outro processo, avançado por um energúmeno nazi, José Sócrates bem tem motivos para se sentir honrado pela “distinção” de um tal criminoso confesso.
Não deixa de ser irónico, mas assaz inquietante, encontrar do mesmo lado da barricada os rosários teixeiras, os carlos alexandres, os otávios, os dâmasos , as felícias cabritas e … o sinistro machado!!!
2. O antigo chefe dos espiões veio confirmar o que já se adivinhava: as escutas ilegais são prática corrente das polícias portuguesas, secretas ou não, balizadas ou não nas orientações do ministério público.
A «Operação Marquês» e estas revelações exigem uma autêntica Revolução quando o novo governo tomar posse. É que algo está podre, se não no reino da Dinamarca, pelo menos no da Justiça e Administração Interna.
Será urgente acabar com a impunidade de quem se julga acima da lei - por se entender dela garante! - e voltar a sujeitar os poderes ocultos ao crivo da transparência e da fiscalização ativas.
3. Outra notícia do dia é a da ausência portuguesa da Expo Universal de Milão num ano em que o tema é “Alimentar o Planeta, Energia para a Vida”.
Quando um dos setores mais prometedores para o aumento das exportações - o agroalimentar - tinha a valiosa oportunidade de encontrar uma montra muito oportuna, assunção cristas desistiu dela em nome da mesquinha poupança de oito milhões de euros.
Estamos de facto entregues a gente muito rasteirinha!
4. Sei que o tema já tem barbas, mas a figura triste da ministra das finanças como figura decorativa do discurso mentiroso de schäuble continua, e bem!, na ordem do dia.
Sobre ele escreveu Correia de Campos no «Público»: “Maria Luís deu ao mundo a imagem de um país manipulável, pau para toda a colher, utilizável para exemplo perante os mal comportados. Com risco de descartável na primeira oportunidade, como acontece quase sempre aos muito servis.”
5. Uma nota muito breve sobre os dados agora divulgados pelo Banco de Portugal sobre a dívida pública em 2014. Como se vê no gráfico ela continua a agravar-se reiterando a incompatibilidade das politicas austeritárias com a redução dessa forte dependência dos credores.
Ao contrário do que afiançam passos & Cª o país só se tem afundado com a sua governação. Mas ainda assim continuamos a ver estarolas - o tóxico sampaio nunes ainda há bocado no «Prós e Contras» - a imitar Pangloss julgando-nos a viver no melhor dos mundos possíveis. Há gente que nem com o mais potente dos binóculos consegue enxergar a realidade existente na ponta do seu nariz...
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